![]() |
Título: Poesia seleta de Adelmo Oliveira Autor: Adelmo Oliveira Editora: Mondrongo Livros ISBN: 9788565170161 Valor: R$ 20,00 |
segunda-feira, 25 de março de 2013
A "POESIA SELETA" DE ADELMO OLIVEIRA
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
IMPERDÍVEL: MEU LIVRO "A PELE DE ESAÚ" POR APENAS R$ 15,00... VEJA COMO ADQUIRIR...

Páginas: 72 il.
Formato: 15,5x21cm
ISBN: 978-85-98493-66-4
Preço: Apenas R$ 15,00
Como adquirir: http://www.quiosquecultural.com.br.
............................................................
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
TRÊS VEZES ILDÁSIO TAVARES: POR GUSTAVO FELICÍSSIMO, JOÃO UBALDO RIBEIRO E POR ELE MESMO...
Ildásio Tavares (Gongogi, 25 de Janeiro de 1940 - Salvador, 31 de Outubro de 2010)
por Gustavo Felicíssimo
Há um resto de noite pela rua
Que se dissolve em bruma e madrugada.
Há um resto de tédio inevitável
Que se evola na tênue antemanhã.
Há um resto de sonho em cada passo
Que antes de ser se foi, já não existe.
Há um resto de ontem nas calçadas
Que foi dia de festa e fantasia.
Há um resto de mim em toda a parte
Que nunca pude ser inteiramente.
domingo, 31 de outubro de 2010
MORRE O POETA ILDÁSIO TAVARES, AOS 70 ANOS...

Ildásio Tavares (1940-2010)
Morreu, hoje, às 17h, deste triste 31 de outubro de 2010, aos 70 anos, o poeta, compositor, tradutor, mestre e, acima de tudo, amigo, Ildásio Tavares. Internado no Hospital Jorge Valente, em Salvador, desde o dia 27 deste mês, Ildásio sofreu um Acidente Vascular Cerebral que ceifou a sua vida de poeta.
Segundo nota de Assis Brasil, em A poesia baiana do século XX, pertence à geração Revista da Bahia, juntamente com Cyro de Mattos, Fernando Batinga de Mendonça, Marcos Santarrita, Alberto Silva. Estes, e mais José Carlos Capinam, Ruy Espinheira Filho, Adelmo Oliveira, José de Oliveira Falcón, Carlos Falck, Maria da Conceição Paranhos entre outros "formam um panorama fecundo e variado" a partir da década de 60.
Possui vários livros publicados, como Imago, Ditado, O canto do homem cotidiano, Tapete do tempo, Poemas seletos, Livro de salmos, IX Sonetos da Inconfidência, Lídia de Oxum, O amor é um pássaro selvagem, O domador de mulheres, A arte de traduzir... entre outros. É ganhador, entre tantos prêmios, do Leonard Ross Klein, de tradução; do Afrânio Peixoto, de ensaio; do Fernando Chinaglia, de poesia; e do prêmio nacional do centenário de Jorge de Lima. É bacharel em Direito e licenciado em Letras pela Universidade Federal da Bahia; mestre pela Southem Illinois University; doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; pós-doutor pela Universidade de Lisboa.
Seu trabalho como jornalista compreende participação em vários periódicos, entre os quais, Diário de Notícias, Jornal da Cidade, A Tarde e Tribuna da Bahia. Membro praticante do candomblé, foi consagrado Ogan Omi L’arê, na casa de Oxum, e Obá Arê, na casa de Xangô e no Axé Opô Afonjá. É cidadão da cidade de Salvador desde 1986.
É muito difícil, para mim, falar de tamanha perda; assim como à toda grande Literatura Brasileira. Ildásio Tavares é da mesma linha de um Bruno Tolentino ou um Ferreira Gullar. Sua vida e sua obra se cercaram de uma busca incansável pela qualidade poética e pela defesa da mais pura tradição de nossas Letras. Homem formidável, polêmico, de rara cultura e inegável talento, sempre foi solícito aos novos aspirantes e jamais lhes negou o seu papel de professor, como aconteceu a este humilde poeta, pois foi Ildásio quem prefaciou, com sabedoria e elegância, o meu último livro. Agora, como muitos, este humilde poeta, como muito, chora a sua morte.
Como me faltam as palavras “mais burocráticas” neste momento, talvez a melhor maneira para me despedir de um poeta seja com poesia; por isso, deixo, aqui, um soneto que fiz com base em um de seus poemas e que eu, muito agradecido lhe dediquei, fazendo deste a minha maneira mais sincera e particular de lhe dizer: obrigado, Mestre e até breve, meu Amigo!
[OFÉLIA]
ao mestre, amigo e poeta Ildásio Tavares... este bastardo
Meu coração é um cabedal de sonho
de dores que antecedem cada instante
e a noite há de chegar, assim suponho
como a pisada brusca de um gigante.
De ausência e de desejo, em vão, componho
uma canção cafona e dissonante
e, ao ver tal despautério, então suponho:
sou talentosa como um elefante!
Ah, andai meus pés, andai que o rio espera
nossas cruéis lembranças, nossos corpos...
pois quem jamais amou melhor viveu.
Se eu vejo outro nascer? A Nova Era...?!
Eu vejo o que eu vivi; vejo os meus mortos;
quem dá valor a vida é quem morreu.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
VOCÊ JÁ FOI A CAYMMI...?

No próximo dia 27, às 21hs na Casa da Música, Abaeté o gênio Dorival Caymmi será homenageado com um show intitulado “Você Já Foi A Caymmi?”.Com roteiro e direção de Ildásio Tavares, contando no elenco com a experiente cantora Márcia Short, que acaba de chegar de uma turné na Europa, Edu Nascimento, que responde pela direção musical, arranjos e violão, a percussonista internacional Mônica Millet, e no baixo acústico o talentoso Ângelo Santiago.
Este espetáculo faz uma varredura na obra de Caymmi, mostrando seus vários aspectos, desde as canções praieiras, músicas de base afro e os samba urbanos, revivendo no palco a grandeza deste gênio da música popular.
Projeto antigo do poeta Ildásio Tavares, foi idealizado para homenagear Dorival Caymmi, este que o poeta considera o melhor letrista da Música Popular Brasileira, e com quem mantinha uma relação de afeto e de grande admiração.Espaço da Fundação Cultural do Estado da Bahia, a Casa da Música vem-se notabilizando pela autenticidade de seus espetáculos que têm, inclusive, uma intenção didática, além do entretenimento com alto nível.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
"A PELE DE ESAÚ" DE SILVÉRIO DUQUE... ADQUIRA JÁ O SEU

Apresentação: Ildásio Tavares
Posfácio: Gustavo Felicíssimo
Ilustração: Gabriel Ferreira
Ano: 2010
DUAS PALAVRAS SOBRE A PELE DE ESAÚ
por Gustavo Felicíssimo
Creio na existência de dois tipos de leituras: a erudita, revelada por autores preocupados em dar ao texto um valor de interesse fundamental; e a vacilante, que engloba as leituras que proporcionam intelecção abstrata, não conferindo nenhuma sacralidade à obra lida. Certamente os poemas deste A pele de Esaú, de Silvério Duque, se inserem dentre aquelas do primeiro tipo, pois foram baseados em uma narrativa bíblica antiquíssima (sobre a qual Ildásio Tavares discorre muito bem no prefácio da obra), fonte de enigma e sabedoria.
Vale lembrar que nada na trajetória humana foi capaz de inspirar tantas obras de arte, tantos artistas, nas mais diferentes latitudes e longitudes do mundo ocidental, do que a Bíblia. Levando-se em conta que o livro sagrado do cristianismo está no centro da nossa civilização, estranho seria se não fosse assim. E foram muitos os poetas que nela ou no cristianismo se inspiraram, com interesses e motivos vários, de diversas estirpes e épocas distintas, como Camões ou Bruno Tolentino, de quem se pode ouvir o eco na poesia de Silvério Duque, passando por Antero de Quental e Jorge de Lima, até encontrarmos o frescor de A pele de Esaú, uma obra dada ao leitor contemplativo, pois favorece a um recolhimento que possa proporcionar a reflexão adequada em relação ao universo circundante à obra.
Após ler os primeiros poemas deste livro percebi claramente que não se tratava de um compêndio qualquer de poesia, mas de uma obra refinada, alquímica, tecida com engenho e arte, em que o poeta apresenta-nos uma alternância riquíssima de perspectivas e expressões dramáticas do contrário, bem diversa e não apenas catártica, resultando em um canto verdadeiro, uma unidade e uma realidade concreta, não apenas a história evocada, objeto de meditação, mas os dramas pessoais do autor, suas vicissitudes, sonhos e desilusão. Enfim, uma obra muito superior ao que nos vem sendo apresentado pela maioria dos nossos contemporâneos.
Este livro é a mais nova obra de um dos melhores poetas da minha geração, um autor que faz jus à tradição de grandes poetas que a Bahia legou ao Brasil. Se pudesse resumir A pele de Esaú em uma única palavra, eu diria: inefável!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
LANÇAMENTO DE "A PELE DE ESAÚ" EM SALVADOR...
O poeta Silvério Duque... numa nova noite de autógrafos
O poeta Silvério Duque e o Sr. Cônsul-Geral de Portugal, Dr. João Paulo Marques Sabido Costa, no lançamento de seu livro A pele de Esaú.
Silvério Duque e o artista plástico Sant Scaldaferri no lançamernto de A pele de Esaú
O público que prestigiou o lançemento de A péle de Esaú
Os poetas Ryzard Dygas, Bernardo Linhares, Lucifranec Castro, Ildásio Tavares e a bailarina Ana carolina Miranda, no lançamento de A pele de Esaú
No último dia 14 de maio, tive o prazer e a honra de lançar o meu mais novo livro, A pele de Esaú, em Salvador, na Livraria Praia dos Livros que fica à Av. Sete de Setembro, nº 3554, loja 2 (sobreloja), largo da Barra (ao lado do Instituto Mauá), às 20h, em Salvador-BA.
O evento contou com as belíssimas declamações de Lucifrance Castro e Patrice de Moraes, com a voz e o violão de Paulo Akenaton e com uma pequena exposição temática do artista plástico Gabriel Ferreira, inspirada nos poemas de meu livro. Além disso, a presença de mestres e amigos proporcionou-me mais entre os melhores e mais emocionantes momentos de minha vida. O amigo, poeta e jornalista, Ildásio Tavares, que prefacia meu livro e uma das presenças marcantes do lançamento, publicou, no último dia 08 de maio, no Jornal Tribuna da Bahia, a seguinte crônica sobre mim e A pele de Esaú:
por Ildásio Tavares
Um dos momentos cruciais da formação do povo de Israel é quando Jacó assume a pole position, num golpe de mestre que começa com Esaú vendendo-lhe a primogenitura por um prato de lentilhas. Este factóide diz – de pronto – alguma coisa do temperamento e personalidade de ambos. Do imediatismo e gula de Esaú, da sagacidade de Jacó. Mais tarde, esta cessão da primogenitura tem que ser ratificada pelo pai de ambos, Isaac, que teria de dar sua benção. Aí, Jacó se vale de outro estratagema. Como Isaac estivesse meio cego, Jacó seria apalpado. Esaú era muito peludo e então, Jacó se veste com a pele de um animal e assim consegue se fazer passar pelo irmão que lhe tinha concedido seus direitos.
Ao nomear este belo livro de sonetos finamente escandidos de A Pele de Esaú, quero crer que Silvério Duque tivesse se inspirado neste episódio, ainda mais que coloca a epígrafe da passagem em que o Senhor adverte Esaú que começava a querer-se rebelar, mas que finda por se afastar e criar seu próprio povo longe das doze tribos de Jacó que viriam a formar o reino de Israel. Esaú tinha sido tolo, contudo, era forte e também contava com as bênçãos de Deus. Vinha de uma linhagem cuidadosamente selecionada de Abraão e Sara, para Rebeca e Isaac e que desaguaria nos 12 filhos que Jacó teria com Zilpah, Bilhah, Lia e Raquel, formando o povo eleito, o povo de Israel, até hoje vivo.
Neste meridiano da perda e da rejeição, na figura de um Esaú destituído de seu destino, Silvério elabora uma intricada associação de sentimento e pensamento, buscando a verticalidade de personagens que se multiplicam porque se querem fundir em um só. Afinal, o drama de degredo e aparte que sofre Esaú é de todo ser humano, anjo caído, que um dia se apartou da presença de Deus. E toda odisséia que Esaú tem que executar na busca de si mesmo pode-se configurar em seus aspectos trágicos e cada poema deste livro, pois, discorre sobre um jaez da personalidade humana com este suporte analógico, na verdade.
Mais do que o simples discorrer lírico, em que o poeta se exprime de dentro pra fora, este livro encarna um processo dialógico e dialético em que o poeta entra e sai no personagem e extrai daí o seu significado, num trâmite de intersubjetividade. Esta atitude reforça os aspectos dramáticos do poema e, ao dar voz aos personagens, torna o contexto mais efetivo. Destarte se estabelece um fio condutor que vem conferir unidade ao texto. Aliás, o livro todo é muito bem organizado, com um exato rigor de expressão e de ordenação, todo ele muito coeso, em suas partes, em suas divisões, o que consiste, em verdade, uma cortesia para com o leitor.
Do ponto de vista formal, o livro é impecável. Depois dos primeiros originais, eu recebi mais duas emendas do autor, provando que há um critério e disciplina no sentido do apuro textual, algo que considero fundamental.
Tenho visto inúmeros textos de aspirantes a poetas que não se dão conta que a poesia é a mais perfeita das artes. Apresentam-me, na verdade, um rascunho. Mesmo alguns poetas ditos consagrados mostram-me textos sintaticamente imperfeitos e inçados de cacofonias – poesia é a redação mais elevada. Silvério sabe disto e passa a limpo várias vezes seu texto. Respeita e venera a redação de sua poesia. Por isso pode pôr conflitos no papel com efetividade... Por isso é poeta.
Tribuna da Bahia, 08 de maio de 2010.
Àqueles que compareceram a este evento, só posso dizer-lhes, simplesmente, OBRIGADO!!!
sábado, 8 de maio de 2010
LANÇAMENTO DE "A PELE DE ESAÚ", EM FEIRA DE SANTANA...

O poeta Silvério Duque... autografando seu mais novo livro A pele de Esaú

A coordenadora do núcleo de Cultura Popular do CUCA, Suzani Caribé, o poeta Silvério Duque, a poetisa e declamadora Lucifrance Castro, A pele de Esaú e o poeta e professor Raymundo Luis Lopes

Silvério Duque (clarinete), Gabriel Ferreira (percussão) e Paulo Akenaton (voz e violão)... o Grupo Arranjos
O público que, atentamente, prestigiou toda a festa
O público... confraternizando-se

Os poetas patrice de Moraes e Lucifrance Castro... declamando poemas de A pele de Esaú
O poeta e professor emerito da UEFS, José Jerônimo de Moraes, o poeta e jornalista Ildásio Tavares, o poeta Silvério Duque, o professor e poeta Raymundo Luis Lopes

A coordenadora do núcleo de Cultura Popular do CUCA, Suzani Caribé, o poeta Patrice de Moraes, a poetisa e declamadora Lucifrance Castro, Silvério Duque (com o pequeno João Pedro), o artista plástico Gabriel Ferreira, o poeta e jornalista Ildásio Tavares e o professor emerito da UEFS e poeta José Jerônimo de Moraes, responsáveis diretos pelo lançamento de A pele de Esaú.
Núltimo dia 06 de maio, tive o prazer e a honra de lançar o meu mais novo livro, A pele de Esaú, aqui, em minha terra natal, Feira de Santana, com o apoio da Ed. Via Litterarum, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a través do Núcleo de Cultura Popular do Centro Universitário de Cultura e Artes (CUCA) e do Colégio Intelecto de Feira de Santana.
A festa, que teve a coordenação de minha grande amiga Suzani Leite Caribe, contou com as belíssimas declamações de Lucifrance Castro e Patrice de Moraes, com a voz e o violão de Paulo Akenaton e com uma pequena exposição temática do artista plástico Gabriel Ferreira, inspirada nos poemas de meu livro. Além disso, a presença de mestres, amigos e alunos terminou por me proporcionar um dos melhores e mais emocionantes momentos de minha vida, que, aliás, foram bem sintetizados pela crônica do amigo e jornalista Emmanoel Freitas, que é também o autor da foto acima, em seu site Viva Feira (http://www.vivafeira.com.br/):
'Como era de se esperar, Silvério Duque, proporcionou aos amigos, colegas e admiradores uma noite extremamente agradável no lançamento do seu mais recente trabalho, o livro A Pele de Esaú, na qual o autor, acompanhado de seus amigos Gabriel Ferreira e Paulo Akenatom, receberam os convidados com música da melhor qualidade. Duque se não se comportou como um anfitrião convencional, sentado a uma mesa conferindo autógrafos, tocou seu clarinete com os seus amigos proporcionando uma recepção muito agradável a todos que compareceram ao evento, fez um agradecimento emocionado àqueles que lhe são caros e próximos, culminando em tomar no colo seu sobrinho recém-nascido e pousar para fotos com ele. O livro, presenteado por Silvério Duque a população amante da boa literatura, na noite do dia 06 de abril, é uma obra inestimável aos amantes da poesia, que deve ser lido e procurado nas livrarias'.
Àqueles que compareceram a este evento, só posso dizer-lhes, simplesmente, OBRIGADO!!!"
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
ILDÁSIO TAVARES: SETENTA ANOS DE POESIA

O aniversariante Ildásio Tavares
terça-feira, 6 de outubro de 2009
A TURMA DE FEIRA... UMA CRÔNICA DE ILDÁSIO TAVARES

O poeta e jornalista Ildásio Tavares
Ildásio Tavares, um dos maiores nomes da poesia brasileira, e – mais do que um orgulho para mim – um grande mestre e amigo, agraciou-me, e, também, à poetisa Nívia Maria Vasconcellos, à declamadora Lucifrance Castro e ao artista plástico Gabriel Ferreira, com uma de suas crônicas semanais nesta última edição do jornal Tribuna da Bahia.
Ildásio, a quem eu devo, entre tantas coisas, um ensaio digno de sua poética neste blog, reconhece o trabalho árduo e a dedicação empreendida para realizarmos os mais diversos eventos, aqui, em Feira de Santana, e exalta, com o racionalismo crítico que lhe é contumaz, e, ao mesmo tempo, com a grande capacidade de admirar, que é a marca de todo grande poeta, os diversos talentos destes artistas feirenses, baianos... brasileiros.
Ao Ildásio Tavares, os meus mais sinceros agradecimentos, que, também, é o agradecimento dos outros artistas por ele citados. É, em nome deles, principalmente, que te agradeço.
Receba o nosso abraço...
Vamos à Crônica:
A TURMA DE FEIRA
por Ildásio Tavares
Venho recebendo regularmente,ora de Nivia Vasconcelos, ora de Silvério Duque notícias de uma movimentação cultural no interior, mais especificamente de Feira de Santana, que ombreia em qualidade com os movimentos que possam ocorrer em Salvador. Estes ainda me dão notícia de Lucifrance, exímia declamadora de versos que me brindou com um cd em que interpreta Navio Negreiro de Castro Alves.
O grupo ainda se completa com espetáculos musicais. Decididamente poeta, e poeta sério, do soneto, do verso medido, Silvério também trauteia a clarineta e participa de espetáculos em homenagem aos grandes vultos da Música Popular Brasileira, já houve Vinicius e agora fazem um show de Noel Rosa que sobre ser um painel da música do grande gênio também exerce uma função didática, aviventando nas mentes dos mais jovens a grandeza do nosso passado.musical, do samba do Estácio.
Vejo, pelas imagens que me chegam pela internet que estes shows merecem uma produção cuidada que há a preocupação com o figurino, com o cenário além do repertório cuidado do autor que imagino receber uma execução à altura. Estes espetáculos não são meramente episódicos. Eles se enfileiram há algum tempo, sempre com a correta escolha de uma figura de relevo de nossa música.
Completa o grupo a admirável pintura de Gabriel Ferreira que não conheço pessoalmente, mas que me atrai por sua arte honesta, sem truques nem conceitos em que as imagens são tratadas com esmero artesanal para um final de perfeita solução plástica expressa por uma mão segura de um hábil colorista. Gabriel não se esconde atrás dos modismos tão encontradiços no momento presente. Parte para uma definida vocação de pintar e realiza seu desiderato plasticamente, através de sua habilidade no manejo de pinceladas às vezes vigorosas, mas nunca frouxas, nunca guiadas pelo acaso.
O grupo mexe com um elenco de músicos e de cantoras que passa para mim a idéia de um trabalho, mesmo sem ter tido a oportunidade de escutar a tudo. Não há uma intenção esporádica de um pulo no escuro. Há um trabalho seqüencial que admira quando se pensa na dificuldade de se fazer arte, mormente no interior. A turma de Feira merece nosso aplauso e nosso incentivo. A poesia de Silvério está sempre em progressão, perfeccionando seu decassílabo, burilando seu soneto, forma a que se dedica com afinco.
Nivia Maria, versátil, vertical, com esta seriedade e dedicação que só mesmo as mulheres tem, moureja no conto e no poema.. Já é mestre em Letras, caminha para o doutoramento. Já tive oportunidade de me pronunciar sobre algo que considero essencial na linguagem literária e que Nivia Maria esgrime com perfeição. Refiro-me ao poder de síntese que, no conto, a faz caracterizar o personagem e por extensão a história com poucas palavras. Na poesia ela nada desperdiça, obedecendo a Ezra Pound que afirmava ser a poesia a arte de dizer muito com poucas palavras... E Nivia não é desse poetas inspirados. Por seu conhecimento da técnica, é uma criadora consciente.
Tribuna da Bahia, 05 de outubro de 2009.