SONETO
(por Silvério Duque)
aos poetas e amigos João Filho & Wladimir Saldanha
Porque antes de tudo somos sós
nem possuímos mais do que a beleza
e o espanto em nossos olhos - uma leveza
talvez trazida pela morte. Nós
nem possuímos mais do que a beleza
e o espanto em nossos olhos - uma leveza
talvez trazida pela morte. Nós
poetas: mais frágeis, mais humanos, mas
ricos de sonhos e memória, dando
as mãos àqueles que por nós (chorando)
não chorarão jamais. Pois não é paz
ricos de sonhos e memória, dando
as mãos àqueles que por nós (chorando)
não chorarão jamais. Pois não é paz
que ofertamos, mas essa dor sem nome
para explodir no tempo de crescer.
Quem sabe é vida consumida a esmo?
para explodir no tempo de crescer.
Quem sabe é vida consumida a esmo?
Quem sabe amor?! Suas garras, sua fome
seu desejo insaciável de vencer
a tudo, a todos e a si mesmo...
seu desejo insaciável de vencer
a tudo, a todos e a si mesmo...
(Feira de Santana, 24 de janeiro de 2018)