Uma pausa na aula de Literatura, sobre Vanguarda
Surrealista, para discutirmos sobre a interpretação freudiana dos sonhos só
poderia terminar em descontração e poesia; assim veio o mote: "sonhou que
se afogava em um mar de gala"... em seguida, e, como prometido, ei-lo, o
poema (rsrs):
SEGUNDO SONETO FESCENINO
(SOBRE UM TEMA DE ISABELLA OLIVEIRA)
por Silvério Duque
O primeiro me vem com uma casseta
tão grande que me rasga a racha inteira.
O segundo, já pronto e sem besteira
me fode a boca como a uma boceta.
O terceiro, cansado de punheta
com uma pica enorme e sem zoeira
enfia em minha bunda galopeira
que pronta engole toda a chapeleta.
O quarto se contenta com uma bronha
e ainda tenho mão para outro pau:
é a foda com que toda puta sonha.
Mas, antes de perder de vez a fala
quero de cada rola o seu mingau
e assim eu me afogar num mar de gala.