quarta-feira, 25 de novembro de 2009

POEMA DO BREVE REGRESSO... EM FRANCÊS


Carolina (sobre um tema de Chico Buarque de Holanda) de Gabriel Ferreira. Acrílico sobre tela. (70X70)cm. 2007.

Há algumas semanas, publiquei, aqui mesmo neste blog, um poema intitulado Poema do breve regresso; agora, volto a publicá-lo por que me chegou às mãos uma tradução – mais uma - para a língua francesa deste mesmo poema. O autor do novo poema – porque traduzir é também criar – é o bom e velho Pedro Vianna, a quem eu conheci – e ao seu valoroso trabalho com o site http://poesiepourtous.free.fr – através da queridíssima pessoa do poeta Miguel Antônio Carneiro, a quem eu devo, também, mais do que uma crítica à altura de seu talento, outro grande amigo e mestre que me tem ajudado de uma forma cujos agradecimentos que lhe devo não caberiam em laudas e mais laudas de “muito obrigado”; o trabalho de Pedro Vianna é louvável principalmente pela valorização de muitos novos e veteranos poetas de nossa querida Bahia que ele tão caprichosamente constrói em seu site:



http://poesiepourtous.free.fr/poesiepourtous/poesiepourtous/pomoi.htm.


Meus caros Pedro e Miguel... mais uma vez, na falta de algo mais apropriado: MUITÍSSIMO OBRIGADO!!!


Eis, novamente, o(s) poema(s):



UM BREVE REGRESSO


– Na casa velha
dormem, ainda,
outras canções de antigas tardes,
mas nada nos diz
o eco melancólico destes silêncios.


A fúria das lembranças que se foram
( muito cedo ) nos invade a memória
com rosários e rezas;com as estórias de uma infância
muito além de nosso compreender;
com a ternura antigaque alongava os dias, os sorrisos
e os nossos supostos sonhos...


Ah, tudo é um imenso vazio que nos povoa as almas!


( Na casa velha de minha infância
as lembranças projetam dores
sobre este olhar perdido ).



UN BREF RETOUR


– Dans la vieille maison
dorment, encore,
d'autres chansons des après-midi de jadis,
mais rien ne nous dit
l'écho mélancolique de ces silences.

La furie des souvenirs qui s'en allèrent
(très tôt) envahit notre mémoire
avec chapelets et prières ;
avec les histoires d'une enfance
bien au-delà de notre entendement ;
avec la tendresse ancienne
qui allongeait les jours, les sourires
et nos rêves supposés...

Ah, tout est un immense vide qui peuple nos âmes !

(Dans la vieille maison de mon enfance
les souvenirs projettent des douleurs
sur ce regard perdu).



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