O evento contará com uma palestra de Heitor Brasileiro Filho, poeta e estudioso da obra sosigenesiana, também com uma performance teatral de José Delmo, que interpretará trechos do consagrado poema Iararana.
Oriundo de Belmonte, o poeta chegou a Ilhéus em 1926, onde escreveu a maior parte da sua obra. Nascido e falecido em novembro, Sosígenes Costa é um dos mais celebrados poetas grapiúnas e, segundo o poeta e crítico paulista José Paulo Paes, o maior poeta da Bahia depois de Castro Alves.
Em vida publicou um único livro, “Obra Poética”, pela Editora Leitura, em 1959, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, o mais importante do país. Esse livro, segundo Jorge Amado, teve os originais quase arrancados à força por ele e por James Amado, “lutando contra a obstinada decisão de ineditismo do homem tão orgulhoso e tímido que foi Sosígenes Costa”. Entre 1978 e 1979, por meio da editora Cultrix, e por iniciativa de José Paulo Paes, foram publicadas a segunda edição, revista e ampliada, de “Obra Poética” e o inédito “Iararana”. Já em 2001, via Conselho Estadual de Cultura da Bahia, fora publicada a sua “Poesia Completa”.
Há alguns estudos sobre sua obra, a saber: “Pavão, Parlenda, Paraíso”, 1978, de José Pulo Paes; “O poeta grego da Bahia”, 1996, de Gerana Damulakis; e “Travessia de Oásis – A Sensualidade na Poesia de Sosígenes Costa”, (2004), de Florisvaldo Mattos. O professor, jornalista e pesquisador, Gilfrancisco, ainda reuniu as crônicas que Sosígenes publicou na imprensa grapiúna e, em 2001, ano do Centenário de Sosígenes, as publicou com o apoio da Fundação Cultural de Ilhéus, com extensa memória sobre a Academia dos Rebeldes, grupo liderado por Pinheiro Viegas, em Salvador, e da qual fez parte juntamente com Jorge Amado. Sosígenes ainda fez parte da Academia de Letras de Ilhéus, como nos informa o poeta Heitor Brasileiro Filho, “impondo como condição sine qua non que não tivesse que fazer qualquer discurso quando da sua posse”. Em 2004, por conta de um consórcio entre as editoras da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) e UESC (Universidade Estadual Santa Cruz), sob a organização de Cyro de Mattos e Aleilton Fonseca, publicou-se “O triunfo de Sosígenes Costa”, um compêndio contendo estudos, depoimentos e uma breve antologia poética.
A poesia de Sosígenes nos arrebata pela pungência dos seus versos, pela espiritualização da carne e pela carnalização do espírito. Nela, reflete-se viva a adequação ao simbolismo e ao modernismo, sem dúvida, partes efetivas e afetivas na formação desse poeta que, pela sensibilidade e originalidade, tornou-se, seguramente, um dos mais potentes poetas baianos de todos os tempos e um dos mais expressivos e populares poetas brasileiros do século XX.
Homenagem a Sosigenes Costa
Academia de Letras de Ilhéus
Dia 14 de Novembro, 19 horas
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