Diálogos: panorama da nova poesia grapiúna (Ed. Editus/Via Litterarum, 2009).
O poeta, jornalista e pesquisador Gustavo Felicíssimo
Recebi, nesta última semana, um presente de meu amigo, e poeta, Gustavo Felicíssimo: seu livro Diálogos: panorama da nova poesia grapiúna (Ed. Editus/Via Litterarum, 2009), do qual ele é organizador. Primeiramente, o livro me chamou a atenção pela excelente qualidade gráfica, tanto da capa quanto de seu interior, ambas assinadas pelo poeta e artista gráfico George Pellegrini. Mas é o seu conteúdo que realmente me impressionou...
Gustavo, que tem um trabalho de divulgação das novas gerações da poesia baiana e brasileira de altíssima qualidade, reitera este ofício ao publicar texto de dez poetas que, segundo ele (e, também, pelo que qualquer bom leitor poderá constatar), formam o mais novo – e o mais qualificado – grupo da novíssima poesia baiana oriundo da Região Grapiúna. São eles: Edson Cruz, Heitor Brasileiro Filho, Noélia Estrela de Oliveira, Piligra (Lorival P. Piligra Júnior), George Hamilton Pellegrini Ferreira, Daniela Galdino, Mither Amorim Mendonça e Geraldo Lavigne de Lemos.
Esses nomes agregam – como haveria de ser num trabalho como este – uma grande diversidade temática e formal, todavia, igualam-se pela seriedade dos temas, pela busca de uma poesia pura e com o diálogo estabelecido com quase todas as tendências poéticas. Segundo Ildásio Tavares, que prefacia o livro – e o Ildásio sempre sabe o que diz –, há um ponto de coerência e afinidade quando esses poetas esmiúçam o conteúdo dos seres e das coisas; para Ildásio Tavares, lá estão os signos referenciados do passado e do presente; lá só não estão o pieguismo, a piada e a superficialidade. O trabalho de Gustavo Felicíssimo é sério e, por isso mesmo, em sua antologia, só há poetas sérios... Por favor, lembrem isto ao Marco Lucchesi.
Quem se aventurar nas páginas de Diálogos... encontrará a síntese perfeita entre imagem e palavra na econômica, porém dialética, poesia de Edson Cruz; o verso sincero e livre de Heitor Brasileiro; a delicada angústia de Noélia Estrela; os formais e coloquiais sonetos de Piligra; a enigmática literatura de George Pellegrini; o erotismo pujante e lírico de Rita Santana; o verso livre e apaixonado de Fabrício Brandão; o deslumbramento reflexivo de Daniela Galdino; os haicais (e falando em haicais já se diz tudo) de Mither Amorim; o esmiuçar emotivo de Geraldo Lavigne.
Além do mais, o leitor constatará uma coisa óbvia: o trabalho sério e impressionante do pesquisador e organizador Gustavo Felicíssimo, que entre critérios estéticos e políticos constrói uma obra de referência, onde novas vozes se misturam, em igual índole, a nomes referencias como Sosígenes Costa, Adelmo Oliveira e Cyro de Mattos e para onde não encontramos sinais de nenhum “verbalista” que, como bem acentuou, certa vez, o filósofo Olavo de Carvalho, são os ditos "poetas que saltam direto do estímulo verbal à reação emotiva, sem passar pelo trabalho de imaginação e muito menos pela triagem crítica das representações imaginativas e cuja sua tendência é buscar a comoção ante os simples jogos vocabulares que, bem examinados, não significam absolutamente nada e nem poderão suscitar emoção nenhuma a não ser no sucesso do movimento Concretista que se deveu a propagação do verbalismo no lugar do verdadeiro poeta..." Por favor, lembrem isto, também, ao Marco Lucchesi.
Ainda citando o Ildásio Tavares, o verdadeiro legado da civilização grapiúna são os seus escritores; e o Gustavo Felicíssimo acrescenta a este legado nomes que o tornarão uma herança ainda mais valiosa às gerações futuras.
Uma vez, neste mesmo Blogger, referindo-me à poesia e ao trabalho de pesquisa e de divulgação de Gustavo Felicíssimo, disse que ele merecia todos os elogios que, sem pudor, e com sinceridade e débito prestava a ele netas poucas e insuficientes palavras... e, agora, torno novamente a dizê-lo, pois ele merece.
Candeias, 19 de novembro (Dia da Bandeira Nacional) de 2009.
Recebi, nesta última semana, um presente de meu amigo, e poeta, Gustavo Felicíssimo: seu livro Diálogos: panorama da nova poesia grapiúna (Ed. Editus/Via Litterarum, 2009), do qual ele é organizador. Primeiramente, o livro me chamou a atenção pela excelente qualidade gráfica, tanto da capa quanto de seu interior, ambas assinadas pelo poeta e artista gráfico George Pellegrini. Mas é o seu conteúdo que realmente me impressionou...
Gustavo, que tem um trabalho de divulgação das novas gerações da poesia baiana e brasileira de altíssima qualidade, reitera este ofício ao publicar texto de dez poetas que, segundo ele (e, também, pelo que qualquer bom leitor poderá constatar), formam o mais novo – e o mais qualificado – grupo da novíssima poesia baiana oriundo da Região Grapiúna. São eles: Edson Cruz, Heitor Brasileiro Filho, Noélia Estrela de Oliveira, Piligra (Lorival P. Piligra Júnior), George Hamilton Pellegrini Ferreira, Daniela Galdino, Mither Amorim Mendonça e Geraldo Lavigne de Lemos.
Esses nomes agregam – como haveria de ser num trabalho como este – uma grande diversidade temática e formal, todavia, igualam-se pela seriedade dos temas, pela busca de uma poesia pura e com o diálogo estabelecido com quase todas as tendências poéticas. Segundo Ildásio Tavares, que prefacia o livro – e o Ildásio sempre sabe o que diz –, há um ponto de coerência e afinidade quando esses poetas esmiúçam o conteúdo dos seres e das coisas; para Ildásio Tavares, lá estão os signos referenciados do passado e do presente; lá só não estão o pieguismo, a piada e a superficialidade. O trabalho de Gustavo Felicíssimo é sério e, por isso mesmo, em sua antologia, só há poetas sérios... Por favor, lembrem isto ao Marco Lucchesi.
Quem se aventurar nas páginas de Diálogos... encontrará a síntese perfeita entre imagem e palavra na econômica, porém dialética, poesia de Edson Cruz; o verso sincero e livre de Heitor Brasileiro; a delicada angústia de Noélia Estrela; os formais e coloquiais sonetos de Piligra; a enigmática literatura de George Pellegrini; o erotismo pujante e lírico de Rita Santana; o verso livre e apaixonado de Fabrício Brandão; o deslumbramento reflexivo de Daniela Galdino; os haicais (e falando em haicais já se diz tudo) de Mither Amorim; o esmiuçar emotivo de Geraldo Lavigne.
Além do mais, o leitor constatará uma coisa óbvia: o trabalho sério e impressionante do pesquisador e organizador Gustavo Felicíssimo, que entre critérios estéticos e políticos constrói uma obra de referência, onde novas vozes se misturam, em igual índole, a nomes referencias como Sosígenes Costa, Adelmo Oliveira e Cyro de Mattos e para onde não encontramos sinais de nenhum “verbalista” que, como bem acentuou, certa vez, o filósofo Olavo de Carvalho, são os ditos "poetas que saltam direto do estímulo verbal à reação emotiva, sem passar pelo trabalho de imaginação e muito menos pela triagem crítica das representações imaginativas e cuja sua tendência é buscar a comoção ante os simples jogos vocabulares que, bem examinados, não significam absolutamente nada e nem poderão suscitar emoção nenhuma a não ser no sucesso do movimento Concretista que se deveu a propagação do verbalismo no lugar do verdadeiro poeta..." Por favor, lembrem isto, também, ao Marco Lucchesi.
Ainda citando o Ildásio Tavares, o verdadeiro legado da civilização grapiúna são os seus escritores; e o Gustavo Felicíssimo acrescenta a este legado nomes que o tornarão uma herança ainda mais valiosa às gerações futuras.
Uma vez, neste mesmo Blogger, referindo-me à poesia e ao trabalho de pesquisa e de divulgação de Gustavo Felicíssimo, disse que ele merecia todos os elogios que, sem pudor, e com sinceridade e débito prestava a ele netas poucas e insuficientes palavras... e, agora, torno novamente a dizê-lo, pois ele merece.
Candeias, 19 de novembro (Dia da Bandeira Nacional) de 2009.
Um comentário:
Olá Silvério
seu texto realmente me deixou feliz... não conheço o Marco Luchesi, e talvez jamais venha a conhecê-lo, mas para Honrá-lo no seu esquecimento da região grapiúna, e para elogia você pelo seu texto, escrevi um soneto, ei-lo:
Não o conheci... nem jamais conhecerei;
Não sou da lavra dos poetas cariocas;
Minhas palavras são formadas pela grei
De quem trabalha noite e dia nas “malocas”...
Como um Ulisses eu reinvento a Odisséia,
Lutando contra Circe (e a crítica feroz),
Que atua sempre, para os novos, como algoz
- Musa sem brilho a devorar minha idéia...
Meu verso torto, alexandrino e pé quebrado,
Não será mais que esquecimento para ele,
Sou a sombra exata de um poeta ignorado
- Marco Lucchesi, como crítico, é aquele
Cíclope cego que será talvez lembrado,
Neste soneto, de um ninguém... distante dele...
Postar um comentário