A poetisa Cecília Meirelles (1901-1964)
A BALADA DE CECÍLIA
à Danielle Pinheiro
Convém-nos que esta noite seja clara
ou simplesmente a última, sabendo
que todo o mundo dorme e as nossas almas
são uma chaga a mais que o mundo abriu...
Convém-nos que esta noite seja pura
como as pedras e os ventos, tão contrários,
mas tão repletos desta mesma essência,
e tão suaves como estes silêncios...
E enfim, toda esta noite seja breve
como o instante em que, mortos, renascemos
para todas as coisas que buscávamos:
as nossas mãos sem rumo e sem mistérios...
nossos espelhos sem nenhuma face...
nossa boca calada com um beijo.
Um comentário:
Finalmente vc voltou a postar poemas. Grande abraço e vida longa.
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