terça-feira, 26 de março de 2013

SONETO DA DIVINA ESPERANÇA...

Fim da Glória Mundana de Valdés Leal (1670-72)
Óleo sobre tela (220 X 216), Hospital da Caridade, Servilha., 





SONETO DA DIVINA ESPERANÇA

(por Silvério Duque)




Não recordemos rotas nem retornos
que o verso nos refaça em seus silêncios
e que as águas nos confundam como as brisas
e tudo nos dê frutos como o fogo.

Não busquemos a paz da tarde escura
nem a manhã remida em meio às frestas...
– Teu corpo me é louvor e desengano
e eu sou como que um sopro em teus anseios.

Não aguardemos estas nuvens calmas
perdidas entre o Céu e suas formas
nem tampouco busquemos outros fossos

outros abismos. Mesmo no abandono
Deus nos concederá o amor e a guerra...
Deus nos trará ( de novo ) a nossa fome.



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