O Galo de Aldemir Martins (1939). Óleo sobre tela 35x45 Coleção particular. |
O GALO
ao poeta e amigo João Antônio
Marra Signoreli
Se
um galo cala o dia chega sem aviso.
Caberá
à manhã uma nova arquitetura
para
que o galo envolva o dia em sua moldura
que
um galo é sempre o abrir do Sol com seu sorriso.
Se
um galo deixa de passear pelo terreiro
é
menos um guerreiro armado contra a morte
pois
se é de crista e esporas sua voz e seu porte
um
galo é a um só tempo um passo e o mundo inteiro.
Todo
galo a si mesmo se completa. Um galo
como
mar em si mesmo se mergulha. Um galo
será
sempre a extensão do mesmo e esmero galo.
Um galo canta e o dia chega de um estalo.
Um
galo sabe de sua voz... De seu abalo.
A
um galo nada cabe além do próprio galo.
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