Quem se volta contra a tradição acaba de um modo ou de outro se contaminando com o que dela há de pior, com a sua caricatura. E nesse complexo de Adão, os abusos formalistas, mais a crescente desfiguração da linguagem, com a posterior bênção acadêmica e sua formulação em decretos educacionais, criaram o isolamento do escritor que primeiro se ressentia de sua marginalização e depois a tornou numa ética - com licença da rima - de sua estética. Contra uma prosa que se pretende literatura porque se afasta do chão comum de cada dia é que se insurge, em continuação ao Muita retórica - Pouca literatura, Rodrigo Gurgel, que denunciou a cumplicidade da própria crítica literária nesse vício. Rodrigo Gurgel, diga-se, não escreveu esta obra com o intuito ranzinza de resgatar autores desconhecidos contra os escritores que se tornaram celebridades, o que seria outra forma de manifestar a sanha de originalidade dos modernistas, sob disfarce de arqueologia crítica. Está se falando, sim - pautado em princípios pedagógicos e de independência crítica, sem as comodidades ideológicas -, de ter curiosidade por saber o que foi produzido, de querer saber o que realmente diz o texto. - Jessé de Almeida Primo (Trechos do Prefácio, 'Literatura e verdade')ESQUECIDOS E SUPERESTIMADOS
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Da arte de admirar
(por
Silvério Duque)
ao
professor e amigo
Bel Pires,
esta
sugestão de leituras.
...sente-se
bem que cada um
traz a sua
alma.
MANUEL
BANDEIRA
Férias...
Finalmente as férias... Professores gostam muito mais de férias do que qualquer
aluno; e usam-nas das melhores e diversas formas possíveis – que não me cabe
aqui discutir. Eu, particularmente, gosto de usá-las, entre tantas outras
coisas, para pôr em dias as leituras pendentes; não àquelas, técnicas e
obrigatórias de nossa profissão, mas as prazerosas, dedicadas, simplesmente, ao
nosso bem estar mental e intelectivo. Na dianteira destas minhas leituras,
encontrara-se o livro Esquecidos &
Superestimados (Vide Editorial, 2014), do amigo e crítico literário Rodrigo
Gurgel, o qual sorvo, alegre e compulsivamente.
Permitam-me,
no entanto, caros amigos, antes de começarmos nossa conversa, uma – digamos – “simbólica”
confissão: não gosto e, praticamente, não leio crítica literária. As exceções
são as mínimas possíveis, e, como haveria de ser, é resultado de uma triagem que vem se reduzindo e se
exigindo cada vez mais ao longo de anos. Não quero – por favor, não me entendam
mal – que pensem em mim como um desses artistas repletos de vaidade extrema e
orgulho vazio, incapazes de suportar quaisquer análises negativas ao seu
trabalho, por mais didáticas e verdadeiras que lhes possam parecer. Poderia
dizer que a culpa é de Rilke e seus conselhos a todo e qualquer jovem poeta, mas, além de mentiroso,
estaria a dar a esta situação uma força e um colorido poético que não lhe
caberiam, por várias razões...
A
verdade é que boa parte da crítica literária que li, principalmente a
brasileira, sempre me pareceu uma conversa de clubinho, onde afetação e ataques
de mau humor somavam-se, na grande maioria das vezes, a uma completa má vontade
de pensar, conhecer e sentir a respeito do que se estava, supostamente,
analisando. Foi justamente com a crítica
da crítica – assim é como eu gosto de me referir – que esta minha visão
começou a mudar. Foi em épocas da famosa polêmica entre Bruno Tolentino e a
rodinha de ciranda dos Irmãos Campos, onde as cortinas do teatro de fantoches
da crítica brasileira começaram a cair escandalosamente – graças, em grande
parte, pela atitude quase solitária do autor de O mundo como ideia e A
imitação do amanhecer – que tudo aquilo que eu pensava a respeito de nossos
críticos, bem como tudo aquilo que eu esperava deles, começava a desabotoar-se
à luz de uma polêmica. Mais tarde, conheci a obra do professor Olavo de
Carvalho, que elevou tal crítica não só ao campo de nossa filosofia, mas a toda
nossa cultura: tanto Tolentino quanto Olavo me fizeram ver que o nosso problema
não era “o da miséria que tínhamos ou criamos” – como era o fato de me fazerem
acreditar que, no Brasil, não havia filósofos e, se os havia, eram chamados,
assim, indivíduos do nível intelectual do senhor Leandro Konder ou a senhorita
Márcia Tiburi, ou que Mário de Andrade, bem como Paulo Leminski, podiam ser
chamados poetas –, mas da “riqueza que perdíamos ou desprezávamos”, como bem,
certa vez, afirmou Arnaldo Jabor a respeito de João Cabral de Melo Neto.
Foi daí,
também, que, através deles, e de meu amigo Jessé de Almeida Primo (que, aliás, prefacia o livro), que comecei a
conhecer o que de melhor a crítica literária podia me dar, através de nomes
como Carpeaux, Merquior, César Leal (o crítico e depois o poeta), Manuel
Bandeira (não só o poeta, mas o crítico), os amigos e mestres Ildásio Tavares e
Henrique Wagner; últimos herdeiros de um tempo onde crítica literária era
formada por pessoas realmente compromissadas com a literatura e suas muitas maneiras de falar de uma única verdade,
e não essa que está aí: entregue ao academicismo corporativista de professores
medíocres que, imbuídos principalmente de um discurso esquerdista, não almejam
menos que criar diferentes maneiras de não se fazer ou dizer algo realmente interessante.
A
crítica literária, principalmente aquela que fui obrigado a ler na
Universidade, e que serve de base para os livros didáticos que chegam às mãos
de milhões de vítimas de uma educação miserável que impera em nosso país é, em
sua maioria, uma variação de jargões técnicos institucionalizados, e para que
uma seleção criteriosa seja substituída pelo simples papo furado ou, quando
não, pelos tapinhas nas costas de algum amiguinho que, utilizando-se da máquina
institucional, garantirá seu futuro salarial em uma de nossas Universidades. O
resultado disso tudo não poderia ser pior àquele que se vê por aí, nos livros
didáticos, nas críticas de jornal, nos ensaios especializados e tutti quanti, a fazerem de nossa
literatura uma coleção grotesca de arquétipos reducionistas que mais atrapalham
do que ajudam na compreensão do trabalho de um autor.
Não
obstante, é justamente nadando contra essa maré de estereótipos e amarras
ideológicas, que o trabalho de Rodrigo Gurgel, em Esquecidos & Superestimados, faz-se notório; quando ele nos
lembra, por exemplo, que para lermos Euclides da Cunha, e seu Os Sertões – mas, se fosse pensar de
igual maneira, em termos de poesia, bem se podia aplicar tal fórmula a um
Augusto dos Anjos e seu Eu, por
exemplo –, devemos esquecer coisas tão caras à maioria de nossos críticos,
professores e demais artífices de teses de doutorado, como a linguagem
científica e o conteúdo extremamente analítico, e nos ater ao valor
estilístico, à força narrativa e à prevalência da fantasia em detrimento ao
realismo determinista que parece predominar em toda a extensão de Os Sertões, mas que, por sua vez,
servir-nos-á apenas à acentuação do poder ficcional de uma das obras fundamentais
de nossa cultura... É quando, por exemplo, em Esquecidos & Superestimados, Rodrigo Gurgel nos admoesta:
“Um dos
trechos mais belos e instigantes de OsSertões
é ‘Higrômetros singulares’, no qual Euclides nos apresenta a ‘secura da
atmosfera’, na região de Canudos, por meio de uma cena perturbadora. O leitor
acaba de enfrentar as páginas inicias de ‘A Terra’, primeira parte do livro, e
encontra-se dividido entre abandonar o volume ou seguir em frente. É a reação
natural de quem, não sendo geólogo, pergunta-se o que significam, por exemplo,
‘assomadas gnáissicas caprichosamente cindidas em planos quase geométricos, à
maneira de silhares’”.
e reitera:
“Ele
percebe, graças a seu instinto panglossiano e à euforia, a relativa beleza de
dizer que: ‘pelas abas dos cerros, que tumultuam em roda – restos de
velhíssimas chapadas corroídas – se derramam ora em alinhamentos relembrando
velhos caminhos de geleiras, ora esparsos a esmo, espessos lastros de seixos e
lajes fraturadas, delatando idênticas violências’. Mas questiona-se se poderá
suportar a descrição de ‘cristais de feldspato’, ‘estratos de talcoxisto’,
‘formações silurianas’, ‘cachopos de quartizito’ e quejandos. Nesse momento
quando suas vísceras começam a gemer, salva-o da escuridão o narrador, abraçado
à tarefa de explicar as características climáticas, mudando subitamente a
inflexão da voz para tornar-se íntimo, lírico: ‘percorrendo certa vez, nos fins
de setembro, as cercanias de Canudos, fugindo à monotonia de uma canhoneiro
frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma encosta,
anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único.
Pequenos arbustos, icozeirosvirentes viçando em tufos intermeados de
palmatorias de flores rutilantes, davam ao lugar a aparência exata de algum
velho jardim em abandono. Ao lado de uma arvore única, uma quixabeira alta,
sobranceando a vegetação franzina’”.
retoma:
“Nesse
cenário idílico, no qual ‘icozeirosvirentes viçando em tufos intermeados de
palmatorias de flores rutilantes’ explodem não só graças ao brilho que ofusca,
mas a aliteração da frase, um soldado ‘descansava... havia três meses’. A
antinomia dos elementos seduz. Passadas dezenas de páginas em que o linguajar
técnico enfastiava, no centro do jardim luxuriante surge o morto: ‘Morrera no
assalto de 18 de julho. A coronha da Mannlicher estrondada, o cinturão e o boné
jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a
corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada
que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrar-se, dias
depois, os mortos, não fora percebido’”.
e, finalmente, arremata:
“A
cena, trágica, tem uma beleza que atordoa. Ali está o defunto, protegido pela
longa sombra do sol poente, ‘braços largamente abertos, face volvida par os
céus’. Euclides acrescenta um comentário enternecedor: ‘o destino que o
removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da
promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante [...]’. E prolonga nossa pena por
meio de uma sugestiva amplificação: ‘[...] e deixara-o ali há
três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os
sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes...’. As
linhas finais servem não só à comprovação científica da ‘secura extrema dos
ares’, mas acrescenta caráter filosófico ao texto. O narrador contrapõe uma
nota de enlevo à sua constatação, lacônica e aguda, colocada em três
travessões, sobre o fim da matéria, como se a degradação invulgar daquele corpo
pudesse fugir à lei universal...”
É importantíssimo deixar bem claro que o trabalho que Gurgel desenvolve em seu livro não é o de ressuscitar velhos e obscuros autores pelo simples fato de estarem mortos e obscurecidos, até porque há autores que merecem estar mortos ou longe do clube dos cânones, incluindo autores que, infelizmente, não comungam de tal situação, mas, como bem acentuou Jessé de Almeida Primo no prefácio de Esquecidos & Superestimados, o critério de Gurgel é chamar nossa atenção à relevância que muitas obras ditas obscuras têm para conosco e com a literatura brasileira, e não o seu grau maior ou menor de obscuridade. Além do mais, ao escolher autores do início do século, Rodrigo Gurgel nos convoca a um ponto de vista bastante delicado, pois estes autores se encontram no limiar da cultura brasileira; entre seu auge e o início de sua decadência.
Se
Rodrigo Gurgel atém-se à análise de nomes completamente desconhecidos da maioria
dos leitores brasileiros (incluindo os professores universitários), e
malogrados pela crítica literária de nosso Brasil varonil, como Lindolfo Rocha,
Carlos Laet e mesmo Simões Lopes Neto, devemos nos atentar para o fato de ele
também trabalhar com nomes notórios de nossas letras: Euclides da Cunha, Olavo
Bilac, Lima Barreto, Coelho Neto e Monteiro Lobato... vítimas de uma crítica
incapaz, desmesurada e excessivamente laudatória que mais distancia do que
aproxima os leitores e alunos de literatura da real essência de seus trabalhos,
impedindo muitos leitores de ouvir aquilo que o texto tem a dizer, pois como o
próprio Gurgel nos diz em determinado momento de seu livro, é preciso deixar
que o texto fale, assim, divido muitíssimo que, depois de se aventurarem pelos
18 capítulos desse livro, pelas 18 obras nele analisadas, nenhum leitor de Esquecidos & Superestimados que,
conferindo não só dignidade ao que analisa, mas como analisa, não se sinta
arrebatado suficientemente por uma crítica séria e apaixonada aponto de logo querer mergulhar de novo nas
páginas de um Negrinha, de nosso
mestre Lobato, ou nas quase desconhecidas paragens de Maria Dusá, de Lindolfo Rocha.
O que
quero deixar bem claro, aqui, caros amigos, é que o autor de Esquecidos & Superestimados nos dá
uma singela, amostra do papel de uma crítica literária realmente verdadeira.
Singela, porém, precisa, pois, se é crítica, deve-se prezar pela independência,
menosprezar as ideologias e a preguiça intelectual, e, acima de tudo, querer
saber tudo aquilo de que realmente fala o texto. Rodrigo Gurgel, por fim, chama-nos
a atenção para trechos como esses, encontrados na monumental obra euclidiana,
nos quais, segundo ele, a fantasia estraçalha as amarras do ensaio histórico e
da linguagem cientificista, justificando a leitura de Os Sertões:
“E
estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservado em traços fisionômicos,
de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em
tranquilo sono, à sombra daquela arvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar
dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os tecidos. Volvia ao
turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível”.
ou da força inigualável de uma
continuidade persuasiva, repleta de força poética, onde horror e beleza
arrebatam o leitor de Lendas do Sul,
de João Simões Lopes Neto, como nessa descrição de uma grande cobra de fogo –
da Boitatá – seu nascimento e fome:
“uma
luzerna, um clarão sem chamas,... um fogaréu azulado, de luz amarela e triste e
fria, saída dos olhos, que fora guardada neles, quando ainda estavam vivos...”
mas nos fala, também,da
capacidade que a injustiçada, e, por assim dizer, quase esquecida, Júlia Lopes
de Almeida tem em criar personagens com profundezas psicológicas memoráveis,
onde gestos diálogos e ambiente mesclam-se como um só corpo essencial à vida da
narrativa, sem deixar de perceber a fraqueza do discurso panfletário de sua
autora, atrelado à repetição enfadonha de certos detalhes descritivos, lugares-comuns
de sua época e muito presentes em A Falência;
de como Lima Barreto, na prática, muitas vezes abandona sua “literatura militante”
para se entregar à tragédia tanto literária quanto pessoal, num “sentimento de
derrota” indelével em toda a sua obra; a lucidez e grandeza de Monteiro Lobato;
da contemporaneidade presente em A todo
transe, de Emmanuel Guimarães... Em tudo isso Rodrigo Gurgel nos presenteia
com duas coisas bastante importantes: o poder de uma análise contundente, pois
toda crítica que se prese é análise (onde a relevância das obras deve vir antes
de quaisquer arroubos pessoais ou ideológicos, doa em quem doer... a começar
pelo próprio crítico) e a total falta de pudor que, em hora certa, não se
contem em elogiar, admirar, enaltecer e enlevar-se. E por quê? Porque a crítica
literária deve ser digna; digna da obra que analisa e, consequentemente, digna
de si mesma. Além do mais, é dever tanto do artista quanto do crítico um
compromisso com a verdade; um bom exemplo disso está no capítulo 15 de Esquecidos & Superestimados, onde
Rodrigo Gurgel analisa ninguém menos que o “corrosivo e sempre contemporâneo”
Monteiro Lobato. Ao comentar uma de muitas besteiras ditas por Alfredo Bosi
sobre o autor de Negrinha e Urupês, Gurgel é catedrático:
“Para a
maioria de seus detratores, o artigo Paranoia
ou mistificação? – a proposito da exposição de Anita Malfatti –,
estigmatizou o escritor, transformando-o em um inimigo de tudo o que significa
avanço na arte brasileira. Lido com atenção, o texto apresenta inclusive
elogios à obra de Anita Malfatti, porém, aos criadores do senso comum não importa
a verdade – interessa, sim, preservar certa posição a qualquer custo. Passam a
valer, dessa forma, as versões que, reafirmando a voz geral, garantem aos
incansáveis repetidores a aprovação do partido, a chancela dos iguais. O
gregarismo cobra, sem dúvida, alto preço da inteligência”.
Acredito,caros
amigos,que a critica é, de certa forma, uma espécie de arte de admirar; é pelo menos assim como a vejo ao ler os trabalhos
de um Benjamim ou de um Northrop Frye, por exemplo... Se o crítico se refreia
em admirar, em dizer o quanto está encantado por aquela obra ou mesmo aquele
mero excerto, é como um enólogo que não gosta de vinho, um comerciante que não
acredita em seu produto ou uma bela mulher que ignora sua própria beleza.Gurgel
sabe que a busca do verdadeiro sentido de se escrever é a busca de quem
realmente somos; não podemos fazer isso sem, antes, entregarmo-nos à paixão
pelo que fazemos, buscamos e queremos – e eis-me aqui, utilizando-me, como
Bilac, de palavras em tríades encadeadas, em maneira maçante e acumulativa.
Sendo
assim, qual é o papel de uma crítica literária realmente verdadeira? O papel de
uma crítica literária realmente verdadeira é o de ser uma fresta de luz sobre a
obscuridade de um texto que nos exige mais do que somos capazes de a ele devolver,
sem que percamos, todavia, a beleza e o fulgor de mistério que tal obscuridade
nos oferta. A crítica literária que se faz em boa parte no Brasil é justamente
o contrário disso: é uma crítica que, vendo o leitor perdido na obscuridade,
não hesita em jogar sobre ele uma camada extra de breu e burrice – quando não,
toneladas inteiras –, excedendo para falar de pouco ou se restringindo ao
mínimo por não poder ou não ter que falar do muito. Mas, graças a Deus, temos
mestres como o Rodrigo Gurgel a escrever obras como Esquecidos & Superestimados... Amém!
Candeias, 13 de dezembro (dia de Santa
Luzia) de 2014.
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