sexta-feira, 27 de abril de 2012

SONETO DAS BREVIDADES...


Vivacidade de Manabu Mabe.  Óleo sobre Tela. 65 x 81 cm, 1966. 
Museu Regional de Artes, Feira de Santana-BA.






Não sonharei, nem abrirei os meus
olhos a tristes realidades. Breve
é a noite, tua morte e teus achados;
eis o teu rosto e o teu desassossego.

Como amar tuas coisas senão sendo-as?
Como viver senão amando a vida?
– A rosa imensa que aos teus olhos vinha,
o enxame luminoso destes versos,

tornou-se a flora descendente e eterna,
formosa rosa branca imensa e insigne.
É preciso criar quando se crê,

é necessária a fé antes do fim,
rogar por quem ( na fé ) perdeu seu Deus...
Neste poema há mais que a minha vida.


8 comentários:

Anônimo disse...

Caro, que bela seqüência de adjetivação, que bela melodia:
"formosa rosa branca imensa e insigne."

Anônimo disse...

Nesses dias de desilusão (quanto aos meus próprios ideais, vejo em teus versos uma luz: "é preciso criar quando se crê"...

Lindo poema.

Erilaine Perez

Anônimo disse...

Um dos mais belos poemas de seu livro repleto de grandes poemas.

Hilton Valeriano

Anônimo disse...

Caro Silverio Duque:

Um soneto clássico na composição, mas dispensado do recurso à rima, e
um poeta na plenitude da expressão de um sentimento de fé mística,
sustentado sobre pilares de firme linguagem, como o Gregório não
satírico.

Grato.

Um abraço.

Florisvaldo

ANTONIO NAHUD disse...

Amigo, estou sempre dando uma passada pelo seu blog. Admiro sua poética. Ando por aqui em plena efervescência do lançamento de "Pequenas Histórias do Delírio Peculiar Humano". A mídia tem dado toda cobertura. Estou feliz.
Abração

O Falcão Maltês

Anônimo disse...

Maravilhoso!

Abraços de luz

Edir Pina de Barros disse...

Simplesmente lindo, melodioso, em decassílabos, porém liberto das rimas... não do ritmo, da musicalidade. Amei

Edir Pina de Barros disse...

Simplesmente lindo, melodioso, em decassílabos, porém liberto das rimas... não do ritmo, da musicalidade. Amei