O viajante sobre o mar de névoa de Caspar David Friedrich, óleo sobre tela, 1818.
( Há, no entanto, a memória sem descanso,
o olhar sem paz fitando o seu destino,
a rosa inquieta em meio aos ventos mansos,
os silêncios dos musgos contra o muro;
a antiga casa – em sombras imergida –,
a distância entre as flores e as raízes;
o olhar de tua mãe, seu colo, as lágrimas,
os mimos e as carícias no teu rosto;
os conselhos que nunca foram ditos,
nem aceitos; a dor, o exílio, o ungüento;
o poema de amor, a falta, a busca,
a vida consentida em seus anseios –
nuvem fugaz despida de suas formas:
meu amor, nossa vida e a mesma angústia. )
Candeias, 03 de janeiro de 2010.
2 comentários:
...as sombras de um mundo no escuro nascido, são brilhos de um tempo perdido.
Uma obra prima, magnifico como o grande pintor romântico!
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