Cangaceiro de Ademir Martins - Óleo sobre tela - . 100 x 81 cm. 1967. Museu Regional de Arte (CUCA), Feira de Santana-BA
PEQUENO CANTAR ACADÊMICO
A MODO DE REPENTE
ao escritor Raimundo Gomes... uma réplica
Caríssimo Raimundo Gomes,
A MODO DE REPENTE
ao escritor Raimundo Gomes... uma réplica
Caríssimo Raimundo Gomes,
não, o meu verso não é prece
como a todos, em vão, parece.
Sou de lugares sem seus nomes
como a todos, em vão, parece.
Sou de lugares sem seus nomes
e deles trago as minhas mortes -
todo amor que, por si, se esquece.
E do drama que me arrefece...?
dele é que eu tiro minhas sortes.
todo amor que, por si, se esquece.
E do drama que me arrefece...?
dele é que eu tiro minhas sortes.
Meu verso é verso de galope:
de trote largo e olhar profundo,
com a dor e as voltas deste mundo.
com a dor e as voltas deste mundo.
Meu verso é verso de um só mote
e é verso assim, tão combalido...
mas bem dosado e bem medido.
e é verso assim, tão combalido...
mas bem dosado e bem medido.
Um comentário:
rUM NOVO CANTAR DA CAATINGA
Para Silvério Duque e Raimundo Gomes
Sei de Sertões sem motes,
sem rimas, sem falsicações.
Testemunho à caatinga em minh'alma,
sem traições ou ciladas,
esperando a calma,
de um dia os vaqueiros mostrarem seus gibões...
Sei de Sertões de couro,
onde o gado bebe no sumidouro.
Sei de poetas e escritores,
sei ser de Tanquinho, Riachão, Pé de Serra,
há algo que não se erra,
terra, consideração.
Bahia, 26 de setembro de 2010,
Santo Antônio Além do Carmo.
Miguel Carneiro.
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