domingo, 19 de setembro de 2010

PEQUENO CANTAR ACADÊMICO...

Cangaceiro de Ademir Martins - Óleo sobre tela - . 100 x 81 cm. 1967. Museu Regional de Arte (CUCA), Feira de Santana-BA





PEQUENO CANTAR ACADÊMICO
A MODO DE REPENTE

ao escritor Raimundo Gomes... uma réplica


Caríssimo Raimundo Gomes,
não, o meu verso não é prece
como a todos, em vão, parece.
Sou de lugares sem seus nomes


e deles trago as minhas mortes -
todo amor que, por si, se esquece.
E do drama que me arrefece...?
dele é que eu tiro minhas sortes.


Meu verso é verso de galope:
de trote largo e olhar profundo,
com a dor e as voltas deste mundo.


Meu verso é verso de um só mote
e é verso assim, tão combalido...
mas bem dosado e bem medido.










Um comentário:

Anônimo disse...

rUM NOVO CANTAR DA CAATINGA
Para Silvério Duque e Raimundo Gomes


Sei de Sertões sem motes,
sem rimas, sem falsicações.
Testemunho à caatinga em minh'alma,
sem traições ou ciladas,
esperando a calma,
de um dia os vaqueiros mostrarem seus gibões...
Sei de Sertões de couro,
onde o gado bebe no sumidouro.
Sei de poetas e escritores,
sei ser de Tanquinho, Riachão, Pé de Serra,
há algo que não se erra,
terra, consideração.
Bahia, 26 de setembro de 2010,
Santo Antônio Além do Carmo.
Miguel Carneiro.