O
poeta e amigo Emmanuel Mirdad fez-me o seguinte desafio:
"Acabo
de ouvir um cabra xingando outro: 'A cabeça de minha taca'. Fiquei pensando
nessa expressão. É sonora, e realmente agressiva quando dita com veemência. É a
quantidade de "a"s, a força da "taca", mais fatal que um
tacape, primal. Mais que isso: acho que é o título de uma poesia ainda não
escrita pelo poeta Silvério Duque, um soneto erótico, que redime a expressão de
seu uso como um xingamento, para uma épica celebração da virilidade masculina,
tão apregoada pelo amigo escritor, cabra macho. Meu caro, cadê o poema"[sic]?
***
Amigo,
Emmanuel Mirdad, ei-lo:
UM
SONETO FESCENINO...
(por
Silvério Duque)
—
Menina, a ti quero foder-te inteira
pois
sem rodeios quero arregaçar-te.
E
não quero outro fim senão gozar-te
e
encher de porra a bunda mais faceira.
Antes,
verei meu gozo pela beira
de
teus lábios que o sorvem com tal arte
que
a ti eu dediquei um verso à parte
depois
de terminada a bebedeira.
E
tu hás de gozar um gozo pleno -
multiplicado
- e à dor subjugada
pois
nada há de bastar a um obsceno.
Mas
toda moça já nasceu “malaca”
para
domar a quem a fez domada
osculando
a cabeça de minha taca.
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