Todas as capas são de autoria de Gabriel Ferreira... |
Quando meu amigo e poeta, Gustavo Felicíssimo, falou-me da ideia de fundar uma editora, juro a todos vocês – e só agora estou confessando isso, inclusive ao Gustavo – que isso não me soara muito agradável.
Não que eu desconfiasse de sua capacidade e ímpeto (não, isso ele tem de sobra), mas porque eu sei que, em se tratando de um país como o nosso, trabalhar com livros, e ainda por cima com poesia, constitui-se de uma verdadeira arte de colher decepções.
Mas, agora, agradeço, todos os dias, a Deus pelo facto de o Gustavo não ter mudado de ideia, e, hoje, com todas as dificuldades que este empreendimento envolve, a Editora Mondrongo tem se mostrado na vanguarda de muitas editoras, dedicando-se não só à publicação, mas à verdadeira divulgação e à apresentação da mais nova e melhor poesia feita hoje na Bahia, e, podem aguardar, em todo o Brasil.
Um bom exemplo disso está na
ousadia de se criar toda uma série de livros com poetas, em sua maioria,
inéditos, mas de inegável capacidade versânica. Vejam, por exemplo, a erudição
e elegância dos versos de Henrique Wagner, em seu “A história decalcada”; a
força melódica e o apuro técnico de Wladimir Saldanha, em “Cacau inventado” ou
com João Filho, em “A dimensão necessária” – aliás, necessário mesmo, para mim,
são versos como os de meu amigo João Filho –; a diversidade de formas e temas
carregados de ousadia de Patrice de Moraes, em “Minha Bahia”, ou a profundeza
psicológica de Nívia Maria Vasconcellos, em “A morte da amada...” E tem mais: a
destreza poética de Heitor Brasileiro Filho, o autobiografismo poético de
Herculano Neto e toda a experiência técnica e emotiva nos sonetos de Adelmo
Oliveira, além dos livros que ainda não li, mas os lerei em breve, como “Saveiros
de Papel”, de Ribeiro Pedreira e “Inúmera”, de Daniela Galdino... Sem me esquecer,
é claro, do próprio Gustavo Felicíssimo, em versos onde tudo é demasiadamente
sincero, como os presentes em “Desordem”...
Como se tudo isso já não fosse
suficiente, há aquela carta na manga que definirá o jogo a favor de meu amigo:
todas as capas têm desenhos exclusivos de Gabriel Ferreira e sua arte sincera,
madura e excepcional... Se se for possível, realmente, julgar um, ou mais
livros, por suas capas, os desenhos de Gabriel fazem justiça a toda qualidade
impressa em cada uma das páginas da “Coleção Horizonte”...
Viva ao poeta e empreendedor
Gustavo Felicíssimo! Viva à poesia que precisa fazer-se viva, e é através de
homens como o Gustavo Felicíssimo e de poetas, como os citados acima, que
saberemos sempre que tudo que é bom pode até se encontrar escasso, mas nunca
findo... E um viva aos poetas e artistas que fazem da “Coleção Horizontes”
aquilo que de mais surpreendente há em termos de edição de poesia em nosso
Brasil... E quem quiser que faça melhor ou prove-me do contrário.
O desafio está lançado...
Nenhum comentário:
Postar um comentário