O poeta conjacuipense Patrice de Moraes, que relança, hoje, o seu primeiro livro, Eurótico, no MAC, em Feira de Santana. |
Falar de Patrice de Moraes é falar de um homem
de extraordinário talento, cuja produção poética, segundo o dizer de Jessé de
Almeida Primo, tranqüiliza a toda crítica “por não deixá-la em dúvida quanto à
sua qualidade [Sic]”, não restando objeções ao seu domínio de um ofício de
eleitos: a Poesia.
Poesia sem medos: sem medo de mostrar suas
influências, de apontar para as fontes de onde se embebera, seja uma poetisa
grega, morta a mais de vinte e seis séculos ou um mineiro introspectivo, cuja
derradeira herança foi um livro de versos eróticos; seja um poeta português que
foi tantos ou um paraibano que não foi menos que único. Poesia sem medo de
mostrar sem disfarces e subterfúgios ou de encontrar aquela liberdade presente nas
formas fixas que só um grande poeta sabe dar e reconhecer. Sem medo de não se
mostrar pessoal e sincera, sem perder a boa e velha veia fingidora. Sem medo de
ser poesia pura e depurada.
Poesia como poesia deve ser. E para ser possível
obter algo assim faz-se necessário munir-se de três grandes e indispensáveis
requisitos: o talento a disciplina e o amor ao que faz que a tudo obriga, por
isso a sua poesia é uma poesia que sempre se quer cinética, que pretende romper
os limites da impressão simplória e alçar à consubstanciação da mais pura e
didática alegoria, ou seja, uma poesia que substitui o abstrato pelo
aparentemente concreto.
Assim, cada poema de Patrice faz-se de imagens
intencificadoras, dentro de um sistema que permite muito bem a isso; uma imagem
representando um conceito ao qual se pretende, ou, simplesmente, comunicar, por
meio de imagens puras e gradativas, o despertar dos sentidos, onde certas
questões, como a do erotismo, são bem menos um assunto do que uma maneira de
metaforizar, como nos dirá Jessé de Almeida Primo: “nesse sentido, sua poesia é
tão erótica quanto toda poesia de qualidade deve ser, pouco importando seu
assunto”.
Tudo isso e muito mais podem ser confirmados hoje, dia 14 de novembro de 2013, no Museu
de Arte Contemporânea de Feira de Santana (MAC), que fica na rua Geminiano
Costa, às 20h, para o relançamento de seu primeiro livro Eurótico (Eros, 2005).
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