terça-feira, 19 de outubro de 2010

UM SONETO PARA IVAN AIVAZOVSKY


A tempestade de Ivan Aivazovsky, óleo sobre tela, 221x332, Museu de são P


Navegas meus temores como um barco,
sem adeuses, silêncios, nem presságios

que esperarão por nós em cada porto...

Vestido com a dor de antigas feras

eu vejo, em cada cais, os mesmos arcos

redesenhando o fim de iguais jornadas,

refeitas tantas vezes entre os loucos

que avistam, entre sonhos, outros mares.

Para imitar, do mar, seu renascer

eterno – seu começo tantas vezes

já desfeito –, navegas meus temores

neste barco sem velas e sem leme,

mas com as formas e a cor do teu intento,

neste vagar sem fim entre as procelas.





Um comentário:

MaRiShKa disse...

'...Desta dor eu padeço, esvaído de toda luz, aceito, pois mereço, tão pesada cruz. Pagos meus pecados com meu amor... pois em meu coração petrificado, jaz agora a dor.'