segunda-feira, 24 de maio de 2010

"A PELE DE ESAÚ" DE SILVÉRIO DUQUE... ADQUIRA JÁ O SEU



Editora: Via Litterarum
Autor: Silvério Duque
Apresentação: Ildásio Tavares
Posfácio: Gustavo Felicíssimo
Ilustração: Gabriel Ferreira
Ano: 2010
Páginas: 72 il.
Formato: 15,5x21cm
ISBN: 978-85-98493-66-4
Preço: Apenas R$ 15,00
Como adquirir: através do E-mail: vendas@vleditora.com.br. ou pelo Quiosque Cultural Online cujo endereço é: http://www.quiosquecultural.com.br/.






DUAS PALAVRAS SOBRE A PELE DE ESAÚ
por Gustavo Felicíssimo




Creio na existência de dois tipos de leituras: a erudita, revelada por autores preocupados em dar ao texto um valor de interesse fundamental; e a vacilante, que engloba as leituras que proporcionam intelecção abstrata, não conferindo nenhuma sacralidade à obra lida. Certamente os poemas deste A pele de Esaú, de Silvério Duque, se inserem dentre aquelas do primeiro tipo, pois foram baseados em uma narrativa bíblica antiquíssima (sobre a qual Ildásio Tavares discorre muito bem no prefácio da obra), fonte de enigma e sabedoria.

Vale lembrar que nada na trajetória humana foi capaz de inspirar tantas obras de arte, tantos artistas, nas mais diferentes latitudes e longitudes do mundo ocidental, do que a Bíblia. Levando-se em conta que o livro sagrado do cristianismo está no centro da nossa civilização, estranho seria se não fosse assim. E foram muitos os poetas que nela ou no cristianismo se inspiraram, com interesses e motivos vários, de diversas estirpes e épocas distintas, como Camões ou Bruno Tolentino, de quem se pode ouvir o eco na poesia de Silvério Duque, passando por Antero de Quental e Jorge de Lima, até encontrarmos o frescor de A pele de Esaú, uma obra dada ao leitor contemplativo, pois favorece a um recolhimento que possa proporcionar a reflexão adequada em relação ao universo circundante à obra.

Após ler os primeiros poemas deste livro percebi claramente que não se tratava de um compêndio qualquer de poesia, mas de uma obra refinada, alquímica, tecida com engenho e arte, em que o poeta apresenta-nos uma alternância riquíssima de perspectivas e expressões dramáticas do contrário, bem diversa e não apenas catártica, resultando em um canto verdadeiro, uma unidade e uma realidade concreta, não apenas a história evocada, objeto de meditação, mas os dramas pessoais do autor, suas vicissitudes, sonhos e desilusão. Enfim, uma obra muito superior ao que nos vem sendo apresentado pela maioria dos nossos contemporâneos.

Este livro é a mais nova obra de um dos melhores poetas da minha geração, um autor que faz jus à tradição de grandes poetas que a Bahia legou ao Brasil. Se pudesse resumir A pele de Esaú em uma única palavra, eu diria: inefável!



Sopa de Poesia, 01 de maio de 2010.

Nenhum comentário: