quarta-feira, 30 de outubro de 2013

À MANEIRA DE CRUZ E SOUZA...




Dagmar de Anders Zorn (1911):
Óleo sobre tela; 88 x 63 cm – Coleção Particular.




PR'UMA AQUARELA À CRUZ E SOUZA*

por Silvério Duque






 – No lago, as águas cristalinas dormem
a espelhar todo um céu emoldurado;
é o próprio céu, na terra, embalsamado
numa aparente quão sutil desordem.

No ocaso, a luz do sol, no lago, escorre;
e eu sempre vejo as sombras afrontando
essa paz que me faz viver sonhando,
mesmo que o sol mais abrasado jorre.

É verde a margem, deleitável, erma...
qual minh’ alma extasiada ( e tão enferma )
a roçar sobre o espelho destas águas.

E há uma mulher que me enrubesce a face,
e, ao banhar-se, é como se lavasse
as minhas tristes e profundas mágoas.










Feira de Santana, 25 de março de 2008.




*Esse, e outros poemas, fazem parte de meu mais novo livro: Ciranda de Sombras (É Realizações, 2013). Adquira já o seu aqui: http://www.erealizacoes.com.br/livros/Ciranda-de-Sombras.asp


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