sexta-feira, 21 de junho de 2013

SONETO DO CORAÇÃO MALDITO...



 
O monge diante do mar de Gaspar David Friederich (1810), 110 X 172 cm, Museu Nacional de Berlin







– Ao velho pátio do colégio antigo
até a lua regressou mais triste
mas há tanto de mim nestes silêncios
que a própria morte se achará sozinha.

Recordar é adiar outros regressos
sem que me doa a pressa doutros dias
sem que eu invente a infância que não tive
nas voltas em que a vida é reinventada.

Agora o que me cabe é viver
simplesmente e deixar para outros dias
as minhas súplicas e este tempo

qual o velho pátio do colégio antigo
irmão de meu vazio e minha ruína
ou como fazem os cães por entre as noites.



Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei a poesia.