Eric Voegelin
A Restauração da Ordem
Autor: Michael P. Federici
Tradução: Elpídio Mário Dantas Fonseca
Edição 01
Formato: 13,5 X 23,3 cm
Número de Páginas: 216
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-8033-020-5
Lançamento: 2011
Para o professor Associado de Ciência Política no Mercyhust College e Co-diretor do Centro de estudos constitucionais no Instituto Nacional de humanidades, em Washington, D.C., Michael P. Federici, poucos filósofos políticos do século XX podem arrogar para si um brilho tão original como o de Eric Voegelin (1901-1985), o filósofo alemão, radicado na Áustria, que, depois de fugir dos nazistas, lecionou a maior parte de sua carreira na Universidade Estadual da Louisiana. Nesta introdução ao pensamento de Voegelin, Michael Federici sintetiza o extenso corpus de obras de Voegelin, tornando acessíveis, para o erudito e leigo interessados, as contribuições deste filósofo.
Armado de um conhecimento espantosamente amplo em numerosas línguas moderna e antigas, o projeto filosófico de Voegelin era restaurar a ordem nas almas e nas sociedades humanas num século de catástrofe civilizacional. Para Voegelin, “a crise do Ocidente”, refletida nas guerras terríveis e no caos social do século XX, era o resultado da separação de nossa linguagem teorética dos encontros históricos e únicos com a transcendência que estão no fundamento da civilização ocidental. Como mostra Federici, Voegelin empreendeu dois esforços enorme para dar prova dessa tese em seus cinco volumes de Ordem e História e em sua História das idéias políticas, em vários volumes, publicados postumamente.
O fim último do projeto de Voegelin, argumenta Federici, era liberar os homens e mulheres modernos das garras das ideologias, que Voegelin caracterizava como construções simplificadas que sempre distorciam e obscureciam a verdade. Portanto, Voegelin era especialmente crítico do nazismo, marxismo, gnosticismo e cientificismo. Mas ele era também um crítico do cristianismo doutrinal e do conservadorismo, posições que Federici explica em minúcia. Federici também introduz o leitor à filosofia da consciência de Voegelin, difícil, mas influente, e inclui um glossário útil dos termos voegelinianos.
Leitores intimidados ou confundidos com a prosa freqüentemente intimidadora de Voegelin encontrarão no volume de Federici, o quarto da lista na série da ISI’s Library of Modern Thinkers, um guia inestimável a uma das mais imponentes – e mais impressionantes- mentes filosóficas.
A conseqüência é que a direção e caminho de sua obra não é reta e estreita. Há uma direção central, um foco, a sua busca, mas ao se lhe retraçarem os passos, cria-se uma visão caleidoscópica de sua busca pela ordem. Dependendo de que parte da jornada seja examinada, o quadro oferece perspectivas diferentes, mas não incongruentes.
Leitores que são estudantes mais experientes de Voegelin encontraram algum interesse neste livro; será um dos primeiros a oferecer uma introdução básica à teoria política de Voegelin; sua intenção é encorajar o estudo da obra de Voegelin, oferecendo um resumo de sua filosofia política.
Se o livro levar o estudante a explorar mais os livros e artigos de Voegelin, então terá alcançado seu objetivo principal. Dada a reputação de sua obra como intimidadora intelectualmente, se não impenetrável, um livro deste tipo se justifica como meio de facilitar o estudo de Voegelin, especialmente no nível de graduação. Mas nenhuma obra erudita, por mais bem escrita que seja, substituirá a leitura dos textos primários. Nem uma livro introdutório eliminará a frustração e dificuldade que sempre acompanhará o estudo das obras de Voegelin.
Obras filosoficamente profundas e penetrantes, diferentemente àquelas que fazem a cabeça e o ego mal intencionado de nossos ditos professores universitários, mas que nada são do que propagadores de um marxismo de segunda, seguido por pessoas Hugo Chaves e Marco Aurélio Garcia, exigem um investimento de corpo e alma que tende a ser tão desafiador como recompensador; não há atalhos. Parte do valor dos grandes pensadores filosóficos é a luta que se tem de ter para reviver-lhes a jornada existencial e imaginativamente. A apreciação da obra de Voegelin exige que a pessoa refaça, em algum grau, a jornada existencial dele. O que levou Voegelin a uma vida de compreensão e explicação não pode ser conhecido num pequeno período de tempo, ou pela leitura de uma monografia acerca de sua teoria política. Mas o investimento de tempo e de energia intelectual vale muito o esforço. A recompensa pelo estudo de Voegelin é uma maior compreensão da crise ocidental e um encontro com uma prescrição para a restauração que está entre as mais filosoficamente penetrantes nos tempos modernos e pós-modernos.
As iluminações filosóficas, política e histórica de Voegelin dão ao leitor uma compreensão teorética que se pode empregar para entender um período histórico que clama por explicação. Além isso , uma parada necessária na estrada para a pós-modernidade é alguma compreensão do que é a modernidade e o que significa no contexto filosófico e histórico maior. Passar além da modernidade exige que as deformações ideológicas do período moderno sejam purgadas da alma e da consciência do homem ocidental.
Nessa contagem, Voegelin tem poucos rivais...
Um comentário:
Meu caro Silvério, saudações!
Excelente resenha!
Tenho enfrentado, não sem a preciosa ajuda de nosso amigo Elpídio, a monumental obra de Eric Voegelin. O tema de meu Trabalho de Conclusão de Curso, da graduação em Filosofia, é "Eric Voegelin e a Consciência do Fundamento". Um tour de force absolutamente recompensador!
Voegelin é um filósofo fundamental para nosso tempo.
Para você ter uma ideia, no ano passado, no Seminário de Filosofia da faculdade, apresentei um comunicado sobre "Eric Voegelin e o Cristianismo". Num auditório cheio, ninguém sequer tinha ouvido falar em Voegelin, nem professores, nem alunos.
Mas, graças a Deus, à É Realizações e a nosso estimado Elpídio (sem esquecer da Loyola, com "Ordem e História"), isso está mudando. Só espero que as pessoas tenham coragem de lê-lo, principalmente os reféns das ideologias.
Um grande abraço,
Paulo.
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