sábado, 11 de agosto de 2012

SONETO PARA ANA LUÍZA...

Este anjinho aí, acima, é minha pequena Ana Luíza, propósito de toda a minha vida. Fiz-lhe este singelo soneto quando ela se encontrava no ventre de sua mamãe, mais precisamente aos 6 meses de gestação. Naquela época, toda ela era esperançar e eu, como acontece à grande maioria dos pais de primeira viagem, cheio de angústias e conjecturas. Compartilho com todos estes versos, para mim, tão proféticos e tão derramados, em meu primeiro e felicíssimo dia dos pais. Abraço a todos.






Como um pintor que se perdeu na própria tela
ante os cenários desse sono em que me iludo
eu dei agora de sonhar com os olhos dela
minha pequena Ana Luísa – Mas, que absurdo!

Toda visão se funde ao fogo que a revela
e sob um só clarão tudo estremece, tudo
que aos poucos se consome: o choro de uma vela
essas breves frações que fazem o instante, o mudo

espaço entre a razão e seus inversos, nossos
temores, nossos planos, nossas ilusões
e as falsas expressões que um dia serão ossos.

Ah, mas quem sabe aqueles olhos com que sonho
verão no abrir de uma janela, as remissões
de um pai e os mal traçados versos que componho...


Nenhum comentário: