quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PEDRO VIANNA: POÈMES DE MOI...


A pele de Esaú de Gabriel Ferreira (2010):
 Acrílico e fios de algodão sobre tela – 250 x 250 cm
Coleção particular.  





JÁ TIVE A OPORTUNIDADE DE, AQUI, FALAR A RESPEITO DO TRABALHO DE PEDRO VIANNA. 

TRABALHO LOUVÁVEL, PRINCIPALMENTE PELA VALORIZAÇÃO DE MUITOS POETAS (NOVOS E VETERANOS) DE NOSSO QUERIDO BRASIL, PRINCIPALMENTE OS DA BAHIA, ALÉM DE POETAS PORTUGUESES, QUE ELE TÃO CAPRICHOSAMENTE CONSTRÓI EM SEU SITE.

PEDRO VIANNA, A QUEM EU COMHECI ATRAVÉS DA QUERIDÍSSIMA PESSOA DE MIGUEL ANTÔNIO CARNEIRO, MUITO ME HONRA AO SE APRESENTAR AQUI COMO TRADUTOR E CO-AUTOR – PORQUE TRADUZIR É TAMBÉM RE-CRIAR, TORNAR ALGO NOVO, NOVAMENTE... DESTE MEU POEMA, EXTRAÍDO DE MEU LIVRO A PELE DE ESAÚ.

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QUEM QUISER CONHECER MELHOR O SEU TRABALHO E, CLARO, OUTROS POETAS QUE PEDRO VIANNA VEIO A TRADUZIR, ACESSE O SEU SITEhttp://poesiepourtous.free.fr 




Que sabes tu dos frutos, das sementes,
da dureza das flores contra o vento ?
A aurora vem tragar a noite espessa
de onde brotou, sem dores, o teu grito.

Se a afirmação do amor nos aborrece,
morrer é mera vocação dos vivos,
pois, no morrer de tudo, há um recomeço.
Não queiras mal ao tempo ou ao espanto ;

não queiras mal ao grão, à terra escura...
Que sabes tu das trevas ou da carne ?
Que sabes tu das noites, dos princípios ?

Hoje, é chegado o tempo dos retornos,
e toda forma espera o seu ofício
como o vaso existente em todo barro.
...................................................................................

Que sais-tu des fruits, des graines,
de la dureté des fleurs face au vent ?
L'aurore vient engloutir la nuit épaisse
d'où a jailli, sans douleurs, ton cri.

Si l'affirmation de l'amour nous contrarie,
mourir est une simple vocation des vivants,
puisque, dans tout mourir, il y a un recommencement.
N'en veux pas au temps ni à la frayeur ;

n'en veux pas au grain, à la terre sombre...
Que sais-tu des ténèbres ou de la chair ?
Que sais-tu des nuits, des principes ?

Aujourd'hui, est venu le temps des retours,
et toute forme attend sa fonction
comme le vase existant dans toute glaise.


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