Jorge Elias Neto (1964) é Natural de Vitória, Espírito Santo. É médico cardiologista, pesquisador e poeta. Autor de Verdes versos (Vitória: Flor&cultura, 2007) e Rascunhos do absurdo (Vitória: Flor&cultura, 2010). Também tem poemas publicados em diversas antologias poéticas. Participa de vários portais e sites de literatura. Escreve o blogger O Estalo da Palavra.
Pelo muito pouco que sei, há apenas um caminho para se alcançar a verdadeira poesia; este caminho consiste na busca incessante pela forma, adequando-se à idéia que a precede e a exige, e no preceito de que nada deve ficar além o necessário.
Na poesia não a lugar para o supérfluo ou para substituível.
Jorge Elias Neto, pelo que tenho apreciado em seus poemas desde seu Verdes Verso, ao seu mais recente trabalho, Rascunhos do Absurdo, com o qual, não faz muito tempo, gentilmente me presenteou, entende muito bem este preceito e, pelo visto, tem seguido e vencido este caminho.
Vale apena conferir, também, a entrevista que Jorge Elias Neto concedeu ao poeta Hilton Valeriano, em seu Blogger, Poesia Diversa:
http://poesiadiversidade.blogspot.com/2010/06/entrevista-com-o-poeta-jorge-elias-neto.html#comments
SONOLENTO
Quisera eu poder contar-te tudo, lúdico luar...
É que pálpebras me pesam de mais um dia...
Mas bem sei que, entre amantes, basta um sutil entreolhar,
para retirar dos guardados a palavra fugidia.
Mesmo assim, me esquivo dos teus olhos, cândida Lua...
É que as verdades fogem mais fácil de um olhar cansado...
Sei, entretanto, que é inútil querer poupar-te do que se insinua.
Em cada gesto tenso de meus dedos crispados.
Queria deitar-me em teu colo, luar idílico.
Apagar de minha mente esses pensamentos nômades;
e num ressonar de anjo te dizer de meu medo.
Só que a bruta vida que me faz ridículo
fez-me preso a esse chão de homens distantes.
Parto... outra vez sem ti... para o sono... com meus segredos...
Jorge Elias Neto
(Verdes versos - ed. Flor&cultura - 2007)
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