sexta-feira, 17 de junho de 2011

UMA PARTIDA DE XADREZ...






Les joueurs d'échecs de Honoré Daumier (1863), Musée du Petit-Palais, Paris.







Um grande mestre e amigo chileno, Jaime P. Stone, manda-me dois poemas: um seu e outro de autoria de seu irmão, Juan di Dios, homenageando, cada um, os maiores mestre do xadrez, por eles considerados. Julguei esta partida interessante e publico-a aqui para o deleite e julgamento de quem quiser... a tentativa de “tradução” é minha.











EL ENROQUE DE CAPABLANCA


(por Juan de Dios)




Se ha sembrado el campo


de cuadrículas lozanas


tersas, pulidas y de longas llanuras


se ha velado el silencio


de las vísperas eternas


se encoge la Graupera


un 19 de Noviembre


de un mil y su triángulo de ochos


caballo en riestre


con hidalga montura


acechan el Castillo del Príncipe


mientras se queman


las torres de papel


San Pelayo ofrenda su milagro.



Jaque al arlequín


peones colgantes


epístola del arzobispo


astucia del canciller


y por el sueño cuadriculado


le veneran los prohombres


los jurados y el esposo de la reina


la hojarasca del tablero


se tiñe de victorias envejecidas


los alfiles parpadean


pero ya es tarde


está amaneciendo


y en La Habana


se ufana el cañaveral.



Enroque en Buenos Aires


por la sonrisa de Arlequín.





O ROQUE DE CAPABLANCA


(Trad. Silvério Duque)




Lavrado o campo


de exuberante beleza


com suas terras limpas de polidas planícies


onde, destas vésperas eternas


se guardou o silêncio


nasce Graupera


num 19 de novembro


de um mil e três triangulos de oito


cavalos apostos


nas mais nobres posturas


contra o castelo do Príncipe


quando as torres de papel


em chamas se consomem –


é San Pelayo oferecendo seu milagre.



Xeque do Arlequim


piões colgantes


carta do arcebispo


ou astúcia do chanceler...


é pelos sonhos


que se veneram os grande homens


vêem-se jurados e o esposo da rainha


nas folhas do tabuleiro


pelas vitórias envelhecidas


sinalizam os bispos


mas é tarde demais


amanhece


em Havana


sobre um canavial que se alegra.



Um roque em Buenos Aires


para a alegria do Arlequim.





EL REY DEL AJEDREZ


(por Jaime Peralta Stone)




Ha nacido el favorito de Kaissa


Que sobre un tablero, costurado


De fronteras y sueños, impresiona a sus rivales.


Nova Orleans su cuna, orgullosa y fecunda,


Con su prodigio, reta al mundo ufana.


Joven diáfano como un diamante,


Iluminado de ideas y combinaciones.


Con su caballo arisco y el otro indómito,


Son lozanos a sus opuestos.


Alfil oblicuo y penetrante,


Apóstol de fantasías.


En los extremos, torres blindadas,


Que vaticinan el movimiento antagónico.


Infantes de gambito, por Morphy saben luchar.


Su dama astuta, la mejor casa encontrara,


Y en ese campo de previsiones, se tiñe la victoria,


Ocho lances antes del mate anunciar.





O REI DO XADREZ


(Trad. Silvério Duque)




Ele nasceu o favorito de Kaissa


sobre um tabuleiro, alinhavado


de caminhos e de sonhos, levando medo aos seus rivais.


Nova Orleans é seu berço orgulhoso e fecundo,


desafiando, com seu talento, o mundo presunçoso.


Jovem diáfano como um diamante


iluminado de idéias e de estratégias.


Com um cavalo arisco e outro indômito –


tão belos em seus opostos.


E o bispo oblíquo e penetrante,


apóstolo de fantasias.


Nos extremos, duas torres imponentes,


que predizem confusos movimentos;


soldados que, por Morphy, lutarão.


Sua dama sagaz a melhor casa encontra,


e, neste campo de previsões, tem-se a vitória:


oito lances... e o inesperado xeque-mate.













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