Imigrante de Iman Malek, ( 53X37) pastel sobre cartolina, 2003, coleção poarticular.
a Agostinho Ribeiro do Nascimento
e família.; a todos os Ipiraenses de vão-e-vem como eles...
Un souvenir heureux est peut-être sur
terre plus vrai que le bonheur
A. MUSSET
I
– A rodoviária é sempre a mesma
aglutinação de almas a se moverem.;
cada uma com seu vazio diário ao passo
das coisas perpétuas – são os mesmos tipos
diferentes dos mesmos rostos multiplicados, tão
longínquos e sombrios à incansável
jornada de cada dia, por dentro daquela
mesma matéria a cada minuto mais
exposta, a cada passo mais restrita, e, em
cada palavra não dita, uma perdida
urgência de viver...
É aqui que meus instantes declaram
sua existência descontínua e fundamental.;
é na poltrona do ônibus que uma explosão
de vida me elabora por trás dos
seres que fogem.; é por sua janela
que os elementos se resultam
no fantasma incorruptível de meu destino,
na ponderabilidade incorrigível
do meu Espírito... na lembrança
distante de minhas melancolias e de todas
as hostilidades
– da identidade anterior de
todos os meus pensamentos...
Daqui parto, como a última e nenhuma
vez a partir de novo... daqui parto:
circunspecto, impreciso – mas, principalmente,
forasteiro: peregrino da minha e de tantas almas
como todas, talvez?!
Daqui parto, sobre a Asa fugaz
das rodas e da Estrada, ao lado de toda
tristeza profunda e ilegível, com o asfalto
( como a me indicar uma metáfora ) ou
com o meu companheiro de poltrona
a me mostrar, em seu imperceptível perfil,
o espelho de meus dias e de meus sentidos:
a denúncia de minha solidão
( e da sua ), à face fria da evasão
de todos os meus sonhos...
A pouco Feira de Sant Anna some ao longe:
naufragada nas rochas, no calor, e nas mãos penosas
do horizonte infinito.; sua imensidão, e sua
vulnerabilidade, dão lugar à Caatinga
consciente de sua Beleza e de sua Fúria
( faminta de tantas raízes e tantas líricas,
afogada sobre a imensidão fria e perene
dos Céus.; sobrevivente sobre
a tardia evolução das pedras e
dos homens, que com elas
edificam seus dias de tempo
e pó... ): revigorada de um erotismo
verde, a Caatinga toca os meus
olhos de unânime perfume e
consistência...
( Comumente a Caatinga tem a Morte
por amuleto, mas, por esses tempos, a vida
é sua máscara. Concretamente mudo,
o verde que deságua por essas terras
cobre-as de muitas esperanças fugitivas.;
feliz e forte em si mesmo
– e nos instantes que se desprendem
a cada um de seus passos –
o sertanejo sorri: alegre em vê-la,
como por uma primeira vez repleta de saudades,
com a feminilidade das terras que se
casam com o mar, e, entre
ele e sua filosófica longitude, declamam
sua matéria de eternidade afastada:
de vida azul sempre presente
e oculta... )
Angüera surge pequenina e surpreendente,
debruçada na cama dos morros.;
repousada de amor e desencantos
ora tardios ora secretos
e inanimados.
Sobre o tapete duro do prazer das
serras, Angüera, descrente e viva a
cada instante de amor, aproxima-nos
de si enquanto a estrada
a consome em memória...
enquanto a lembrança e o tédio
a semeiam em eclipse e vento
– em santificação letal e falsa
para o novo reencontro dos
antigos esquecimentos
que sempre voltam...
O carro, as pessoas e as esperanças,
cortam a carne da estrada ( nova e velha )
como, ao vencedor, a Morte zomba.
Miúdas certezas, miúdos beijos,
miúdos olhares sobre a claridade doce
das serras se envolvem no ônibus,
enquanto, indiferente, durmo para
tudo isso e busco um tempo
explodido entre os morros que anunciam
a mão esquelética da Transformação:
a síntese precária da natureza
sobre a criação que se extingue
de minuto a minuto,
de vivência em vivência de cada segundo,
de eternidade a eternidade
em cada herança de sono
d outras e d outras
vidas e Vidas...
( Serra Preta existe apenas no mistério
e nas migalhas do imaginário:
nunca a vi... sempre por trás
da paralisia encoberta da montanha
de verde e pensamento.;
sempre decifrada no nada
e naquilo que em mim sobrou de absoluto e bêbado
e que só sei que as tenho só por esquecer.
Serra Preta é uma música da
qual não me lembro de tê-la lembrado
alguma vez... Serra Preta é um
nome, uma rapsódia, uma epifania.;
uma narrativa sem fatos que
reconto a mim enquanto
Eu, os outros e o carro,
sangramos a estrada... )
As paradas que faz o carro são mais que uma necessidade:
são um enterro ( uma morte onde se caminha ) –
são uma existência que vai: depressa,
sempre correndo – a si mesma se levando.
Cada ponto de ônibus é um falecimento.;
cada viajante, que sobre o âmago
do ônibus despoja sua provisória vida,
é mais um morto na descida que leva longe:
longe demais do Viver, longe demais
das cores da Caatinga que,
com o curto tempo, desbotar-se-ão
com a Alma e seus homens
de cor e pedra e alma e sonhos...
Bravo vem manso, cansado...
quase imperceptível ao longe de seu entroncamento
que não leva a parte alguma de todos nós.;
o Bravo, ao contrário de Serra Preta,
não existe no mistério, mas é um
mistério, uma charada que se desvenda
a cada dia enquanto a morte se nos chega:
o Bravo é uma voz que até nós sobe
de tão simples, de tão mística, de tão
pressentida no vazio dos
ônibus sempre ocos...
( Os rios por essas épocas do ano
são como veias para os ossos da terra, para
os esqueletos das rochas e para o espírito dos
gados que se pensam – quase sempre sem sangue,
quase sempre esquálidos, abandonados
de soluções e de vastos mundos
por onde passam...
Os rios quase nada nos dizem de velharias,
de retirantes, dos corações perdidos
de pó e espinhos e gente e santos e mil diabos.
Os rios, como fios elétricos da terra
inumana e indesejada, sempre nos falam
do fazer falso do Novo.; do divino
por fora de todo perdido...
Os rios, mesmo na Caatinga,
são sempre novos, infantis – adolescentes,
talvez?! – mais imaturos como
nunca, mais jovens que a Eternidade
que ao mesmo tempo é velha
e transcende o tempo, as coisas
e suas almas,... e seus
vestígios... )
A serra ao longe, que a pouco era uma
menina, observa-me do alto de sua testa de árvores
e pedras como um Adamastor adoecido
– Pau Ferro fica logo atrás desse gigante
ingênuo: com seu perfume de lembrança
e sua metálica audição de granitos, bambus,
bananas e macambiras.; com sua imensa e inexplorada
longitude de poucos metros,
com seu colossal abandono de
pequenino.; seus abismos de pai ao lado
da materna dor do Nordeste
escondida no ventre dos sertanejos
que são um único fraternal e
fraco corpo.; Pau Ferro tem a cor do cheiro
das plantas sertanejas e a desilusão
de seus habitantes e de um tempo
que é, para sempre, ontem...
O amanhecer voa claro
do calor do dia sopra mais fundo em
minhas vistas.; e a ânsia de ultrapassar
os instantes dependurados sobre Pau Ferro
perdem-se em mim como estes últimos
versos com que chego ao quase
fim de minha jornada –
começada dia a dia entre o
sempre e derradeiro fim...
II
– Eu sinto Ipirá como quem chega de mim
ao chegar em seu abdomem de sangue
e mármore ( aliás, para que valeria
tanto chão e pressa
se cada hora
não fosse perfeita
sobre esse destino tão
presumível
e impossível de
se viver.;
do que valeria
tanto se cada coisa
sempre-mesma
se apresentasse a mim
indefinível...? ).; Eu
sinto Ipirá ao vê-la e ao pisar-lhe
o chão como peregrino que sou e de mim mesmo.;
Eu a sinto como quem sofre e como quem come.;
sinto-a em cada um de seus ares com
fincadas flechas nas aproximações
das crianças que aprenderam
a não ter esperanças e
algum dia
testemunharão
o grave frio das fúrias
que a alma nos entrega e
pede de volta na
mesma sã e
incorruptível
moeda.
Estou em Ipirá:
depositado e abreviado
de dias e compromissos
menos imediatos.;
estou em seu olho que
me parece vir...
estou em
sua velhice
e em sua vontade...
Estou no sono
de Ipirá
quando aqui
sempre chego e
Ipirá me espera ( Ipirá
me espera em si,
por dentro de mim e em
nossa sabedoria desmemoriada
por parecermos demais... – Ipirá me saudara... ) –
o Tempo muda rápido, numa vagareza mais do
que comum do tempo e seus artífices, e
o vigor do encontro é mais demorado
e um quanto que mais enérgico.
Pois, aqui, já dizia alguém da terra,
que sangue, suor e todas as
lágrimas dos dias
se misturam nesse chão
de barro e vida.
Os dias por aqui,
apesar do sangue, e da
transpiração dos dias e dos
muitos sentimentos.;
apesar dos homens e dos
porcos, das máquinas, das alfaces,
dos fumos, de suas mulheres
e de seus falimentos,
estão em minha tranqüilidade...
A feira é um gesto.; um
acordo entre
seres entrecruzados.;
um aperto de mãos abreviado
de vida e de longas descidas
pelo rio da morte
e da insatisfação
– a feira ( tão famosa e tão não
lembrada por tantos )
deposita sua voz
no lombo surrado dos
carros de bois
e dos homens sobre os carros
e sobre os próprios homens.;
permanecidos parados,
pedindo perdão aos seus
primeiros pecados
e palavras.;
parecidos, profundos,
profanados,...
parte por parte – repartidos.
Ipirá talvez seja
um rio de tão idoso
ou a própria morte
de tão forte e de tão
inegavelmente precisa.
Ipirá cabe em três palmos e meios
de minhas mãos
vista do Morro Alto,
e Eu caibo em sua
subjetividade
como quem se imagina
em matéria leve e
incorruptivelmente
bruta.
Mas nada é maior em Ipirá
que a sua desilusão
de mais de mil cabeças:
cabeças de gentes,
de porcos,
de bois, de galinhas,
de comércio,
de pasto e leite...
Calcada no infinito
profundo e desnecessário
dos morros e das fazendas,
Ipirá se move ao passo
dos jumentos que carregam
o mel da Caboronga
( a velocidade dos jumentos
é uma velocidade imprecisa –
é a velocidade da esperança e do
medo de toda esperança. )...
Ipirá é uma migalha orgulhosa
de Universo
ante à incompreensão
suja e santa
do próprio Universo...
Despida de Céus,
sua honradez desnecessária
germina-se dos verdes pastos
dos morros que são seu travesseiro.;
e de seus capins ( de um verde imenso
de vida e anulação ) –
tapete efêmero e irrecuperável
de suas obras cristalizadas –,
caem seus animais de ferro
e rocha e carne e espiritualidade
inumanas:
breves brados surdos das paisagens
inconcluídas de sua memória
e de seus braços atados
à suspensa pena
de intervenção definitiva
da concepção do tempo
como agente consciente da dissolução
das coisas...
Eu respiro Ipirá pelas narinas da noite
e pelos pulmões das madrugadas mais próximas e breves...
Sinto todo o seu perfume de profundidade e angústia,
de sensações de medo intensificados de suas
banidas lembranças e de seus momentos
maiores de dramática intensidade,
de seu determinismo, de seu
gozo profundo acompanhado
de dor tão forte e religiosa,
de sua reprodução e morte...
Ipirá aspira à vida em cada um
de seus paralelepípedos,
em um a um de seus becos.;
uma por uma de suas praças
e ruas quase infinitas
e que são nervos de seu cérebro
esquecido e lúcido
de loucura concreta e adequada.;
Ipirá respira a vida
em sua linguagem
mística de
sertanejos calados
e animados de vazio e
doçura.;
Ipirá deseja
e sopra vida
e Vida
no aroma
incorrupto
de seus mendigos,
roceiros,
senhoras e
putas.;
Ipirá é um viver
reescrito em palavra e
dor: numerosa
dor, inflexível e
admirável dor:
dor de gentes.;
dor de gentes maiores
que outras gentes.;
dor de gentes
convertidas
em bois e carros.;
dor de gente transformada
e transfigurada em porcos.;
dor de gente e de morros.;
dor de gente e lixo
e gente de lixo e dor.;
dor de gente convertida em outros.;
dor dos outros.;
dor de nós.;
dor de Ipirá e suas células.;
dor infinita e
inumerável.; dor de
mim, que estou em sua glória
e em sua fraqueza.;
que estou em seu sexo
e em sua conversão.;
em seus olhos.;
em sua boca
e em suas
palavras.; ...
em sua mudez,
em seu horror...
em sua devoção.
Ipirá é para mim
esta amizade corrupta de sonhos,
como a juventude das pessoas e dos amanheceres,
de Ipirá retiro quase todos os dias os barros
de minhas línguas e as sementes
das pernas que se apressam
de tanto chegar a mim
e em seu surpreendente
avivamento –
e esta vontade de amar a vida de novo e
pelo avesso encontrei em Ipirá
e em cada mulher de sua terra.
Ipirá é um sonho:
dormindo sempre na memória
dos homens munidos de olhos e
facas, abraçados aos rios e à nascente
da ilegível bica da Caboronga
e abaixo da superfície calma
do entardecer dos dias,
que são mais bonitos sobre as planícies
quase imaginárias,
onde a Estrada e Baixa Grande
são uma idéia
coberta dos concretos abstratismos
da carne virginal
dos delírios da feira
na falsificação do meio-dia.
Deste sonho, que é Ipirá,
acordo sempre para dormir
de novo em seu leito de chagas
e frutas frias e calmas.;
Ipirá se encontra dentro de muitas outras coisas
como muitas outras encontram-se dentro
d’outras muitas outras
coisas e d’outras...
A música que
Ipirá respira
é como o doce líqüido
da paz do sangue das carroças
e dos carros alimentados
de gentes e de imensos
e vulgares vazios de
gente vazia e líqüida
como sangue e música...
As horas de Ipirá
são como as voluptuosas horas
dos presentes velozes a
se retardarem.; de
relógios parados de tempo.;
de tempo parado de movimentos
fluídos e líqüidos
como relógios,
como pássaros
( que não mais existem ),
com seus carcarás ( a não mais existirem ),
com seus mamíferos ( que ainda existem ), como
minha vida ( que não se quer e existe ), como
Eu...
Eu, impuro e branco como as chuvas
que alimentam a imprestável
jovialidade da vida que
beija a Caatinga
como uma chama ou
como o brilho do gelo e do vento
que me transporta –
e transporta também a Ipirá –
para o esfomeamento
da felicidade temporária da Caatinga
quando verde,...
para o afogar-se
invisível
de todo este lençol de
Beleza agora morta
e desejada.; o cobertor da morte
como vida e castigo
de tantas vidas
a se compreenderem tanto...
Ipirá trava em si a violenta e invisível
luta de elementos
e de origens construídas de
absoluta violência e cuidado no
exíguo espaço da
cidade que dorme para si
e para seus filhos
vestidos de sombra e noite:
noite orgânica.; noite mínima em
mínimo homem.; homem
mínimo em mínima
noite morta.;
homens mínimos e inteiros,
singelos momentos de
existência e morte.;
homens que ali apreendem ritmos populares
das festas e dos deuses que erram em amar sua Criação
– na clandestinidade imposta dos sonhos das crianças
que cruzam os órgãos expostos e verdes e claros
daquelas roças, onde a vida pousa lentamente
na inocência abundante dos pés daquelas crianças e nos
seus sonhos igualmente infantis e desnecessários a tantas
coisas doadas pelo bruto branco dos mundos.
Ipirá está povoada da
dura realidade mística do
aroma de suas paisagens que
também são homens:
místicos e perfumados como a paisagem.;
a paisagem e sua sensualidade
branda e incansável,
com seus pássaros e mamíferos
de paisagem e espessa fantasia...
a paisagem e seu atributo essencial de poesia
e das cores de Ipirá que me olham
como a uma impressão de
ponte no processo mesmo da visão das almas
no prefácio fictício passo a passo
seguido ( Ler soir clair nous conduit au jardin taciturne...
e a Morte rasga o Silêncio dessas flores e febres que
são para as almas como o sol imortalizado no
fechar dos olhos destas tardes de dor e azul
inegavelmente profundo... E o Sol que
dorme é o temperamento daquela
alma perdida em Ipirá, decifrada
no Céu e no incunábulo obscuro de
sua terra, de sua sombra, de seu pó...
de sua lembrança encarcerada no
silêncio dissonante da memória
interligada com o ocioso Sublime ).;
pela minha vida noturna e
fascinada.; dans mon
coeur ébloui –
e mais um verso de
Paul Morin me
aborda e me toma...
Ah!, Ipirá,
afogada de tanto Infinito,
centrada nos vales da razão geológica
e inorgânica da Caatinga imortalizada de miasmas, Ipirá
de meu amigo Agostinho, de seu pai,
de sua avó, tão distante ( e de seu
Esquecimento ) – Ipirá que
fenece em seu duro
e generoso parto...
Ah, Ipirá de
meus amores
mitológicos
e inegáveis.;
Ipirá reproduzida
em meus ossos
e em meu
eterno presente.;
Ipirá de tantos
olhos, Ipirá
de tantas
almas.;
Ipirá de
tantos e tantos
sonhos...
Ipirá
sem
nome...
III
– ( O mar é a antítese das terras onde
habita o Sertanejo.; cheio de cor
– cor eterna, é claro –,
repleta de vida,
cheio do mover insustentável e indivisível
dos peixes que assistem em seu ventre
feminino e hodierno como
todos os passados pressentidos
ou como todos os futuros
que se esqueceram...
Como os peixes que no mar habitam
– também como os peixes que nos rios vivem –
cada homem do Sertão corre atrás da vida,
fabricada ou vendida ,
trazendo a morte e o esquecimento
de muitos outros por carga ou
por sorte...
A Caatinga, que esquece
os passos de cada homem
produzido dela,
ao contrário dos rios
e do mar
e da memória,
que não consomem
os peixes,
destrói e reconstrói,
à sua maneira,
cada
homem e cada vida
martelada
e revigorada no
homem:
Peixes:
como caudas e barbatanas
de homens –
Homens:
como as
escamas
e o crânio dos peixes... )
[Ipirá – Feira de Santana, dezembro de 2001.]
2 comentários:
FICO EXTREMAMENTE ORGULHOSO QUANDO VEJO QUE DE TANQUINHO PEGADO COM RIACHÃO SAIU ESTE VATE VALOROSO. É UM AEDO QUE NÃO SABE EMENDAR VERSOS, FAZ NA SUA PLENITUDE.PARABÉNS POETA SILVÉRIO DUQUE!MIGUEL CARNEIRO
Simply classic.
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