Lúcifer por Mihaly Zichy (1887).
LÚCIFER
SOBRE UM POEMA DE MIHAI EMINESCU
SOBRE UM POEMA DE MIHAI EMINESCU
POR SILVÉRIO DUQUE
à Cristina Nicoleta Mănescu, por sua história.
Sobrou de toda mágoa – e destas ânsias –
este anjo cujos olhos renasciam
entre os vôos que, nas asas, se insurgiam
por entre os céus sem fim e sem distâncias.
Ele girou em torno de seu rosto
num estertor de infinito que o nutria,
e, na manhã reescrita que o seguia,
vi a rosácea inconsútil de um sol-posto.
O anjo, de asas de sombra e luz que medra,
deixou seu nome em tudo quanto existe,
por ser, entre as estrelas, a mais triste.
Tudo que o anjo quis, perdeu na queda...
O ardor pelo que morre e o rosto terno
de alguém que se cansou de amar o Eterno.
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