segunda-feira, 15 de junho de 2009

UMA INDICAÇÃO TÃO TARDIA, QUANTO MERECIDA E NECESSÁRIA...


O poeta Antônio Brasileiro (1944 - )


Ciclistas, óleo de Antônio Brasileiro Borges



O poeta Antônio Brasileiro Borges foi eleito, na última segunda-feira, por unanimidade, para ocupar a cadeira de nº 21, que pertenceu a Jorge Amado e, por conseqüência de pensão-alimentícia, à Zélia Gattai, na Academia de Letras da Bahia (ALB), tornando-se o primeiro imortal, desta Instituição, não nascido nem radicado em Salvador. Doutor em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, e professor de Teoria da Literatura na Universidade Estadual de Feira de Santana, o grande fundador, e, certamente, o melhor representante do grupo Hera, que tem mais de 25 títulos publicados entre poesias, ensaios, romances e contos, mas nunca fora agraciado com uma publicação por uma grande editora – uma injustiça que, eu espero, solucione-se em breve –, entre os quais A estética da sinceridade & outros ensaios (Imprensa Universitária da UEFS, 2000), Antologia Poética (Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996) e Dedal de areia, que venceu a edição de 2004 do Prêmio Durval de Morais, da ALB, é, sem dúvidas, uma escolha acertada em todos os pontos pelos membros da ABL e que lhe dá diversidade e qualidade... A indicação de Antônio Brasileiro para tal instituição pode até ser tardia, mas merecidamente necessária.

Eis um dos melhores exemplos da poesia de Antônio Brasileiro:




QUE DEUS GUARDE MEU PAI...



Não passar. Ficar para semente.

Não era isto que meu pai queria?
Sentava-se na rede e adormecia
julgando ter domado a dama ausente.

E sonhava talvez. Talvez menino
montando burros bravos, nu, ao vento;
um homem é a sua ação sobre o destino.

Meu pai então fazia um movimento
e a rede, a adormecer, estremecia:
pequenos sustos no tempo, era só isto.

E escancarava os olhos duramente
para mostrar que se Ela o procurava
era de cara a cara que a encarava.

Que Deus guarde meu pai. Eternamente.



Poema extraído de Poemas Reunidos, de Antonio Brasileiro, poeta brasileiro radicado em Feira de Santana. O livro foi editado pelo Selo Letras da Bahia, em 2005.

Um comentário:

Anônimo disse...

CARO POETA SILVÉRIO DUQUE,

Antônio Brasileiro, Juracy Doréa, Olney São Paulo, Fernando Ramos... fizeram e faz escola, e pelo rabicho há uma multidão de poetas e pintores que foram influenciados ou soprados pelos ecos da poética ou da pintura destes dois mestres. A prova mais concreta desta minha afirmação: É o opúsculo: "MOVIMENTO DE SONDAGEM", PUBLICADO PELA COLEÇÃO DOS NOVOS, A TAL GERAÇÃO 80, DE GERAÇÃO DESTA, POUCOS RESPEITO TENHO, SALVE:IRACEMA VILALBA E DIOGÉNES MOURA. AFINAL, É UM LIVRINHO DE VERSOS PLAGIADOS DE BRASILEIRO. FOI ATÉ AGORA A CONTRIBUIÇÃO DO POETA LÁ DO NORTE, JÁ QUE ELE NÃO É FEIRENSE. "CARNIÇA", COMO ALEILTON FONSECA ME CHAMA, CABE MAIS A ELE, POIS, NUNCA PLAGIEI NINGUÉM. DESPEITO DE TALENTO A BAHIA ANDA CHEIA. NÃO ME PRESTO PARA SER PAU MANDADO EM CONCURSO DA UFBA, DO QUAL ELE FOI MEMBRO DA COMISSÃO. TENHO UM NOME HONRADO E JAMAIS QUERO PISAR MEUS PÉS NO ANTRO QUE DENOMINA-SE:"ACADEMIA DE LETRAS DA BAHIA". AGORA, SE VOCÊ TIVER CORAGEM, PUBLIQUE MEU COMENTPARIO E SE NÃO TIVER, OLHA MINHA CARA DE PREOCUPADO. GRANDE ABRAÇO, MIGUEL CARNEIRO.