domingo, 26 de julho de 2015

UM SONETO ERÓTICO...



Meu grande amigo, Elpídio Fonseca, manda-me um “mote” para um soneto erótico: “EU VI TEU CORPO NU À LUZ DA LUA”, mas lembra-me que o seu decassílabo heroico deve servi para um soneto erótico e não fescenino (pornográfico), qual o caso do último soneto aqui publicado em decorrência ao mote de Emmanuel Mirdad... Quem sou eu para deixar de mostrar ao público pouco afeito a esses importantíssimos pormenores linguísticos e estilísticos a diferença entre estes termos e, obviamente, contrariar tão grande amigo?! Espero que vocês gostem...



SONETO DE CONTEMPLAÇÃO
(SOBRE UM TEMA DE ELPÍDIO FONSECA)

por Silvério Duque







 Eu vi teu corpo nu à luz da lua
ou o brilho teu na lua refletido...?!
Por certo eu contemplara enternecido
a lua que na terra se fez nua.

Depois saímos luminando a rua
com o brilho de teu corpo revivido
e te entregaste a mim com o olhar tão vívido
como fizera a minha carne à tua.

Neste mesmo fulgor nos completamos
com a chama ideal já transformada
num ir e vir de luz que deslumbramos...

E assim permanecemos neste enleio:
eu, sarça imarcescível e alumiada
a derramar estrelas no teu seio.







Feira de Santana/Candeias 23-24 de julho de 2015.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

UM SONETO FESCENINO...







UM SONETO FESCENINO...





O poeta e amigo Emmanuel Mirdad fez-me o seguinte desafio:

"Acabo de ouvir um cabra xingando outro: 'A cabeça de minha taca'. Fiquei pensando nessa expressão. É sonora, e realmente agressiva quando dita com veemência. É a quantidade de "a"s, a força da "taca", mais fatal que um tacape, primal. Mais que isso: acho que é o título de uma poesia ainda não escrita pelo poeta Silvério Duque, um soneto erótico, que redime a expressão de seu uso como um xingamento, para uma épica celebração da virilidade masculina, tão apregoada pelo amigo escritor, cabra macho. Meu caro, cadê o poema"[sic]?



***



Amigo, Emmanuel Mirdad, ei-lo:












UM SONETO FESCENINO...

(por Silvério Duque)



— Menina, a ti quero foder-te inteira
pois sem rodeios quero arregaçar-te.
E não quero outro fim senão gozar-te
e encher de porra a bunda mais faceira.

Antes, verei meu gozo pela beira
de teus lábios que o sorvem com tal arte
que a ti eu dediquei um verso à parte
depois de terminada a bebedeira.

E tu hás de gozar um gozo pleno -
multiplicado - e à dor subjugada
pois nada há de bastar a um obsceno.

Mas toda moça já nasceu “malaca”
para domar a quem a fez domada
osculando a cabeça de minha taca.