quarta-feira, 30 de outubro de 2013

À MANEIRA DE CRUZ E SOUZA...




Dagmar de Anders Zorn (1911):
Óleo sobre tela; 88 x 63 cm – Coleção Particular.




PR'UMA AQUARELA À CRUZ E SOUZA*

por Silvério Duque






 – No lago, as águas cristalinas dormem
a espelhar todo um céu emoldurado;
é o próprio céu, na terra, embalsamado
numa aparente quão sutil desordem.

No ocaso, a luz do sol, no lago, escorre;
e eu sempre vejo as sombras afrontando
essa paz que me faz viver sonhando,
mesmo que o sol mais abrasado jorre.

É verde a margem, deleitável, erma...
qual minh’ alma extasiada ( e tão enferma )
a roçar sobre o espelho destas águas.

E há uma mulher que me enrubesce a face,
e, ao banhar-se, é como se lavasse
as minhas tristes e profundas mágoas.










Feira de Santana, 25 de março de 2008.




*Esse, e outros poemas, fazem parte de meu mais novo livro: Ciranda de Sombras (É Realizações, 2013). Adquira já o seu aqui: http://www.erealizacoes.com.br/livros/Ciranda-de-Sombras.asp


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O "CALA A BOCA" DOS IMBECIS... DE NOVO...




 
Cada vez mais vemos a presença de grupo de fanáticos a impedir a livre expressão e a diversidade de pensamento, como se não estivéssemos em um pais democrático e sim nos governos totalitários que estes defençores dos “direitos das minorias” tanto adoram






Não faz muito tempo, deixei bem claro as minhas impressões a respeito da recepção dada à Blogueira cubana Yoani Sanchéz por parte de grupos esquerdistas aqui mesmo, em Feira de Santana. Na época eu disse que presenciara “um coro ensurdecedor de vaias, gritos, palavras de ordem e de amor a Fidel e a Ché, cacarejos... Tudo para que a jornalista cubana tivesse aqui, no Brasil, e, em Feira de Santana, o que me parece que ela tem de sobra na Ilha da Fantasia dos Castro: agressão, censura e outras violências intelectuais...”

Nesta semana, infelizmente, fui testemunha de algo semelhante: tudo começou quando um grupo formado por cerca de 30 pessoas invadiu o saguão do Convendo do Carmo, local onde acontecia a FLICA, logo no início da primeira mesa. A escritora Maria Hilda Baqueiro Paraíso pediu diálogo, o que foi negado pelos manifestantes. Pessoas se pintaram de rosa e alguns ficaram seminus. Os manifestantes afirmaram repudiar a posição crítica do participante da mesa ao sistema de cotas para ingresso nas universidades, chamando-o de racista. A mesa seria retomada às 13h, segundo o curador do evento, Aurélio Schommer, e depois foi cancelada. Após manifestação que interrompeu o primeiro debate da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira) neste sábado, dia 26, quarto dia do evento, a organização resolveu cancelar duas das mesas. O protesto aconteceu após 15 minutos do início de “Donos da Terra? – Os Neoíndios, Velhos Bons Selvagens” e, segundo os manifestantes, contra a presença de um dos convidados, o sociólogo, colunista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Demétrio Magnoli. A mesa "As Imposições do Amor ao Indivíduo”, em que estariam Jean-Claude Kaufmann e Luiz Felipe Pondé, e estava marcada para as 20h, também não mais aconteceram. “Foram canceladas porque, segundo a própria organização do evento, ela não conseguiria garantir a integridade física dos dois autores [Luiz Felipe Pondé e Demétrio Magnoli]”, diz um dos organizadores, Emanuel Mirdad.


Numa entrevista recente ao site de notícias G1, Demétrio Magnoli deu o seguinte depoimento: “O grupinho que fez a baderna, que impediu o debate, eles imaginam que estão impedindo a minha liberdade de expressão, mas estão enganados, porque a minha liberdade de expressão está garantida. O que eles cerceiam é o direito das pessoas de ouvirem um debate, então eles estão contra as pessoas comuns, que vão ouvir um debate. Não estão contra o palestrante, embora eles imaginem que estejam", afirmou.


Na opinião do sociólogo, como não houve diálogo, não há crítica, mas sim vandalismo: "A crítica envolve a articulação de sentenças com começo, meio e fim, com o uso de sentenças subordinadas e principais, isso é o campo da crítica. O vandalismo não deve ser confundido com a crítica, assim como a manifestação não deve ser confundida com a depredação. Eles são vândalos e depredadores do direito das pessoas debaterem, eles não são críticos". Ainda em conversa, Magnoli falou sobre a sua opinião em relação às cotas. "A minha posição sobre as cotas é porque, justamente como sou um anti-racista convicto, eu sou contra que estados classifiquem as pessoas na lei segundo critérios de raça. Os estados que classificaram as pessoas na lei segundo critérios de raça produziram desastres horríveis, como a África do Sul com o Apartheid, como os Estados Unidos, que no início do século XX criaram leis de segregação racial. Essas leis se baseiam no mesmo critério, que as pessoas são aquilo que a aparência delas diz que elas são. Os anti-racistas acreditam que as pessoas são aquilo que querem ser, que as pessoas são aquilo que pensam, que criam, aquilo que inventam, não são alguma coisa definida pela sua aparência, pela sua cor da pele, qualquer coisa assim. É justamente porque eu sou anti-racista que eu sou contra as cotas raciais", diz o sociólogo.


Em comentário durante o Jornal da Cidade 2ª Edição nesta segunda-feira, dia 28, o filósofo Luiz Felipe Pondé falou sobre a "violência do bem" citada em um artigo seu no jornal Folha de S. Paulo. Este termo é definido pelo escritor de uma maneira bem peculiar: "É a violência daqueles que acham que, quando movidos pelo que acham certo, têm o direito de intimidar, bater e destruir, sem participar do jogo democrático, sem tentar trocar ideia e ver se transformam o país em um lugar melhor para todos", declarou à Rádio Metrópole.


Ao comentar sobre a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), encerrada no domingo, dia 27, o professor universitário identificou essa atitude nos estudantes que protestaram e acusaram Demétrio Magnoli de racismo. "É uma atitude descabida de um nível absurdo", afirmou o comentarista, ao lembrar que uma cabeça de porco foi lançada próximo a Magnoli e aos participantes de uma mesa-redonda. A acusação dos alunos foi referente à opinião de Demétrio em relação às cotas raciais. "Passa muito longe do racismo, o Estado deveria dar escola boa a todos. Isto é uma prática fascista das mais clássicas", declarou Pondé.


Mais uma vez, os grupos de esquerda radicais, edulcorados por um governo que não só ignora suas ações violentas mas os estimula ao aprovarem leis que ao invés de coibir tais ações as tornam cada vez mais legítimas, dão mais um exemplo da “democracia” e de “liberdade” que os partidos de esquerda, através de suas mulas de carga universitárias, têm para com o Brasil... O silenciar, pela violência, de todas aquelas idéias que são contra seu modo torto e imundo de "pensar" não seria, no fundo, uma proposta que sempre se encontrou no âmago dos ideólogos do Marxismo, inclusive aqui no Brasil.


A democracia, assim como a liberdade, deve ser um estado de espírito antes mesmo que um estado de direito, pois só se chegará a um se sentirmos o outro como tal... A liberdade é uma necessidade mais que básica: é Pré-metafísica. E se a liberdade e a democracia são apenas conceitos, porque não transformar um conceito num fato através da prática? Porque só os pobres levam desvantagem, como se os ricos também não tivessem que lutar pela sua sobrevivência como qualquer ser neste planeta?


O que sei, no entanto, é que cada vez mais vemos a presença de grupo de fanáticos a impedir a livre expressão e a diversidade de pensamento, como se não estivéssemos em um pais democrático e sim nos malditos governos totalitários que estes defençores dos “direitos das minorias” tanto adoram. O pior é que eles usam o direito da livre expressão para impedir a livre expressão daqueles que cometem o crime de, simplesmente, discordar de suas ideias; o direito de liberdade para tirar a liberdade de que só pensa diferente... 


Fica aqui uma pergunta, então... Isso, um dia, vai parar...?!








quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DIVULGAÇÃO: MEU MAIS NOVO LIVRO, "DO CORAÇÃO DOS MALDITOS", POR APENAS R$ 20,00...

NomeDO CORAÇÃO DOS MALDITOS
AutorSILVÉRIO DUQUE
EditoraMONDRONGO
ISBN9788565170284


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– Na velha casa de meu pai
até as sombras pereceram
e mesmo a morte está mais triste
por sobre as sobras do que amo.

Ali vivera minha mãe
em seus silêncios mergulhada.
Quando seus olhos se extinguiram
só o meu pavor foi testemunha.

Dali partira minha irmã
para outros rumos do existir
eu tinha oito ou sete anos
quando fitei este milagre.

Dali também se foi meu pai
que me deixou aqui, de resto...
por isso as feras o procuram
e há-de durar mais do que pode.

Mas houve um tempo onde as manhãs
nasciam feitas pros meus olhos...
Ah, se eu pudesse adiar o tempo
que – sem querer – não me extermina.