quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SONETO PARA CASPAR DAVID FRIEDRICH


O viajante sobre o mar de névoa de Caspar David Friedrich, óleo sobre tela, 1818.



( Há, no entanto, a memória sem descanso,
o olhar sem paz fitando o seu destino,
a rosa inquieta em meio aos ventos mansos,
os silêncios dos musgos contra o muro;

a antiga casa – em sombras imergida –,
a distância entre as flores e as raízes;
o olhar de tua mãe, seu colo, as lágrimas,
os mimos e as carícias no teu rosto;

os conselhos que nunca foram ditos,
nem aceitos; a dor, o exílio, o ungüento;
o poema de amor, a falta, a busca,

a vida consentida em seus anseios –
nuvem fugaz despida de suas formas:
meu amor, nossa vida e a mesma angústia. )








Candeias, 03 de janeiro de 2010.







sábado, 25 de setembro de 2010

ALGUNS NASCEM GRANDES; ALGUNS ALCANÇAM A GRANDEZA; ALGUNS TÊM A GRANDEZA IMPULSIONADA A ELES... E ENTÃO... HÁ OS OUTROS...




Título Original: Harvie Krumpet
Gênero: Animação, Comédia, Curta, Drama...
Direção: Adam Elliot
Roteiro: Adam Elliot
Elenco: Kamahl (Estátua de Cícero), Julie Forsyth (Harvie bebê / Lilliana / Cantor da igreja)Geoffrey Rush, (Narrador), John Flaus (Harvie).
Duração: 23 minutos



Dos mesmos produtores de Mary e Max, e lá, poderás encontrar sua semente, por assim dizer. Harvie Krumpet, que pode ser conferido na íntegra através do link abaixo, premiado com o Oscar, em 2004, na categoria "Melhor Curta de Animação", é uma história de humor-negro, por assim dizer, em stop mution, sobre a vida de Harvek Milos Krumpetzki, nascido na Polônia em 1922. Pode parecer inacreditável, mas ele é um cara otimista mesmo com sua má sorte: sofre de síndrome de Tourette, teve o cérebro magnetizado, um testículo retirado, está desenvolvendo o mal de Alzheimer, entre outras agruras. Foi até por esses problemas que ele conheceu sua esposa, uma enfermeira com quem adotou uma filha. Harvie é um cara excêntrico, que fica andando pelado por ai, mas conseguiu encontrar o verdadeiro significado de ser humano.

Espero que assistam e gostem...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O NÚCLEO DE CULTURA POPULAR DO CUCA APRESENTA:



O Núcleo de Cultura Popular do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA) apresenta o Projeto “CHORINHO NO CUCA” que reúne as bandas “Chorinho entre amigos” e “Amigos do Arauá” numa noite de muita música instrumental para a nossa cidade.

Atualmente esses dois grupos vêm desenvolvendo um papel muito importante na nossa cidade quanto à preservação do gênero chorinho cuja à qualidade musical requer muito conhecimento técnico no instrumento daí a dificuldade de se achar músico para compor essa formação.



O Núcleo de Cultura Popular do CUCA que tem em sua coordenação de minhas amigas Suzani Caribé e Celiah Zaiin que têm se preocupado em valorizar os artistas de nossa cidade, dando a eles o reconhecimento de seus esforços pessoais. Então, trazer para o CUCA um Projeto, segundo Suzani e Célia, é, acima de tudo, oferecer um dos gêneros musicais de maior qualidade para satisfação de toda a platéia.



DIA 23 DE SETEMBRO, QUNTA-FEIRA, ÀS 19H30,

NO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CULTURA E ARTE

RUA CONSELHEIRO FRANCO, 66, CENTRO, FEIRA DE SANTANA - BA

A ENTRADA É FRANCA

NÃO DEIXEM DE IR...!



domingo, 19 de setembro de 2010

PEQUENO CANTAR ACADÊMICO...

Cangaceiro de Ademir Martins - Óleo sobre tela - . 100 x 81 cm. 1967. Museu Regional de Arte (CUCA), Feira de Santana-BA





PEQUENO CANTAR ACADÊMICO
A MODO DE REPENTE

ao escritor Raimundo Gomes... uma réplica


Caríssimo Raimundo Gomes,
não, o meu verso não é prece
como a todos, em vão, parece.
Sou de lugares sem seus nomes


e deles trago as minhas mortes -
todo amor que, por si, se esquece.
E do drama que me arrefece...?
dele é que eu tiro minhas sortes.


Meu verso é verso de galope:
de trote largo e olhar profundo,
com a dor e as voltas deste mundo.


Meu verso é verso de um só mote
e é verso assim, tão combalido...
mas bem dosado e bem medido.










terça-feira, 14 de setembro de 2010

"SILÊNCIOS": NOVO LIVRO DO POETA E ENSAÍSTA GUSTAVO FELICÍSSIMO...



SILÊNCIOS


Editora: Via Litterarum
Formato: 15 x 15 cm
Páginas: 92
ISBN: 978-85-98493-56-5
Valor: 20,00






Silêncios, de meu amigo e grande poeta Gustavo Felicíssimo, é uma obra imersa em formas oriundas do Japão e gestada durante os últimos dez anos. Essa obra foi organizada, originalmente, para atender a um edital do MEC (portanto, sem distribuição comercial), e traz como posfácio o ensaio Flores de Cerejeira, no qual o poeta, ele mesmo, traça os principais aspectos do haikai no Brasil.


Além da maturidade do conteúdo, apontada e elogiada por críticos como Carlos Verçosa, Silêncios traz um fato novo para a poesia baiana: a publicação em livro de diversas formas da poesia japonesa, fato raro também no país.


Com uma belíssima capa, que traz os elegantes traços a nanquim de Clóvis Márcio, e projeto gráfico muito feliz, Silêncios, está previsto para ser lançado no início de outubro em Salvador – data ainda a divulgar –; após, em Ilhéus, e, em seguida, em São Paulo e Marília (cidade natal de seu autor).



A tiragem, infelizmente, será de apenas 500 exemplares, o que ajudará a constituí-lo como um livro “raro”. Quem tiver interesse, ao custo de 20,00 (incluindo a postagem), pode me escrever enviando o endereço postal para: gfpoeta@hotmail.com – email do poeta, ou fazendo contato com a sua editora: vleditora@gmail.com e www.quiosquecultural.com.br.



Não deixem de adquiri-lo...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

UMA HISTORINHA PARA GENTE GRANDE...


Mary e Max... dor e amizade que não podem ser vencidas pela distância


Gênero: Animação
Duração: 80min
Origem: Austrália
Estúdio: PlayArte
Direção: Adam Elliot
Roteiro: Adam Elliot
Produção: Melanie Coombs







Alguns amigos meus reclamam por “nunca mais ter publicado algo sobre cinema”; a culpa não é minha, a verdade é que pouca coisa tem me tocado ultimamente, pelo menos até ontem, quando assisti à animação Mary e Max (EUA, Play Art, 2009), escrita e dirigida pelo australiano Adam Elliot, e que nada mais é do que a exploração de praticamente todas as improbabilidades.

É um desenho, uma animação em stop motion, mas não é uma história para crianças. É uma história que fala de dor, de solidão, de incompreensão, mas é, principalmente, uma história de amizade, de sinceridade e respeito capaz de vencer as piores barreiras, sejam elas físicas, geográficas ou psicológicas.

Depressivo no tom e no visual (seria mais sensato chamá-lo de desenho "desanimado", embora esteja carregado de emoções... emoções cruéis, mas emoções.), o filme acompanha dois personagens solitários, cujas vidas se cruzam pelo maior dos acasos: uma página aleatória aberta em uma lista telefônica. Motivada por uma dúvida infantil, a australiana Mary Daisy Dinkle, 8 anos, decide escrever ao nova-iorquino Max Jerry Horowitz, 44 anos. Junto à carta, alguns desenhos, uma barra de chocolate e a dúvida: "de onde vêm os bebês nos Estados Unidos". A correspondência inocente muda as vidas de ambos para sempre, iniciando uma história que transcorre por mais de uma década, para ser mais preciso de 1976 a 1996.

A direção de arte é inspiradora. Elliot, dono de um Oscar de curta animado (Harvie Krumpet, 2003), opta por protagonistas caricatos e quase malfeitos de tão simples. Os cenários são muito mais ricos - a Austrália, com seus tons terrosos, contrasta com a cinzenta Nova York. Os personagens principais estão perdidos em seus espaços e em suas solidões. O marrom australiano, refletido nos chocolates de Mary, pois tudo que ela tem são seus sonhos, e o vermelho da língua de Max, pois tudo que ele tem de melhor é a sua sinceridade... Ele tem 44 anos e seus desenganos; ela, 8 e ainda sonha com a felicidade. O que há em comum a ambos? Eles são sozinhos. É tudo proposital. Como os bombons e chocolates que um envia para o outro com suas cartas eles estão recheados; recheados de muita dor e dúvida, sem uma superfície fofinha e cativante da maioria dos desenhos que conhecemos.



Com o palco montado, inicia-se uma longa e verborrágica discussão filosófica sobre religião, vida em sociedade, sexo, amor, confiança e, principalmente, a importância e o significado da amizade. As cartas também refletem a caótica estrutura racional de remetente e destinatário, sempre com uma monotonia instigante. Ideias brilhantes ("se ao menos houvesse uma equação matemática para o amor") surgem e são abandonadas em função de outra melhor, mais inocente ou simplesmente irrelevante.






Apesar de tratar de um tema quase extinto, os pen pals, amigos de correspondência, algo bastante comum poucas décadas atrás, Mary & Max encontra reflexo curioso na modernidade de redes sociais e programas de mensagens instantâneas. Memórias de amigos virtuais não se apagam mais se queimando as cartas... mas nos blocks e deletes de perfil.








Além do mais, por usarem o bom e velho correio, as correspondências estão sujeitas ao atraso, ao extravio e a perda, além de provocarem, em seus correspondentes, toda a profunda angústia que isso acarreta, já que meio mundo de distância os separam, até, finalmente, se encontrarem num dos finais mais surpreendentes, ternos e trágicos que o cinema já produziu.






Mary e Max é emoção garantida... mas não das melhores.
























sábado, 11 de setembro de 2010

DICA DE LEITURA: "AS ALMAS QUE SE QUEBRAM NO CHÃO" DE KARLENO BOCARRO




O escritor Karleno Bocarro, que tem este nome por uma homenagem de seu pai ao velho karl Marx, nasceu em Fortaleza em 1964. Aos 23 anos partiu para a Alemanha onde permaneceu oito anos, vindo a cursar, na Universidade Humboldt, de Berlim, história, ciência da cultura e filosofia. Tem mestrado sobre a estética em Friedrich Nietzsche e é também tradutor e professor universitário.

Este seu romance, lançado pela É realizações, trata da história de projetos que não se concluem, de ambições jamais alcançadas, de pessoas que se tornam títeres das circunstâncias, e que, eternamente deslocadas, não encontram conforto senão em suas pequenas misérias. Ambientado na Alemanha Oriental de fins dos anos 80 – e, pois, da queda do muro –, o romance conta a história de um estudante brasileiro, perdido entre a euforia do novo e a nostalgia do velho regime. Entre as drogas e a ambição literária. Entre ser e não ser.

A analogia com Hamlet não tem nada de casual, sobretudo porque, como o príncipe da Dinamarca, o nosso herói passa muito tempo hesitando, em elucubrações e devaneios, e, sempre que age, é para deixar o ruim muito pior. Mas não pense o leitor que As Almas que se Quebram no Chão é um daqueles romances “psicológicos” em que nada acontece, tipo sessão de psicanálise. Longe disso. Ancorado na tradição de Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, e do melhor beatnik norte-americano, o livro é cheio de energia, de ação, e muita coisa “acontece”, afinal.
Também vale apena conferir a entrevista que o autor conferiu ao Portal R7, no dia 09 de setembro de 2009:
ESTUDANTE CEARENSE VIU O MURO DE BERLIN SE DESMANCHAR...
O nome Karleno Márcio Bocarro foi uma "adaptação" que o pai deste cearense de 44 anos fez para homenagear seu ídolo - o filósofo alemão Karl Marx, que deu a linha para o comunismo e um dia disse que "tudo que é sólido se desmancha no ar". O pai de Karleno era do Partido Comunista em tempos que ser do "partidão" dava até cadeia no Brasil. O mundo da época pendia ou para os Estados Unidos (capitalista) ou para a União Soviética (socialista) e a fronteira era o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha, a sua cidade capital e o mundo em duas partes.

Com 24 anos, seis deles vividos na pequena Brejo, no interior do Maranhão, Karleno inventou de estudar na Alemanha oriental comunista e de tanto tentar conseguiu uma bolsa de mestrado. Foi estudar primeiro em Leipzig, uma cidade industrial cinzenta onde desembarcou em agosto de 1989.

Naqueles dias, grupos de oração da Igreja Protestante começaram a ir para as ruas da cidade pedir mais abertura ao regime comunista, que os proibia de viajar e os isolava do mundo ocidental. O movimento se alastrou e chegou à Berlim, segundo os rumores que Karleno ouvia - a imprensa do regime de ferro censurava a informação. Karleno nunca poderia imaginar que dali a 11 semanas a sólida fronteira de concreto que dividia o mundo e as famílias alemãs fosse cair, se desmanchar no ar.

Em 9 de novembro de 2009, um funcionário do governo da Alemanha oriental deu uma informação equivocada numa entrevista com jornalistas. Ao anunciar que o regime comunista iria abrir as fronteiras para que os alemães dos dois lados se visitassem, disse que a fronteira já estava aberta. Em poucas horas uma multidão foi para o muro no centro de Berlim, no Portão de Brandemburgo, e os guardas sem saber o que fazer nem a quem telefonar (ainda não existiam celulares) deixaram a multidão passar, sem nenhum tiro.

Sem que as pessoas esperassem, o "muro da vergonha" caiu como pedra de dominó. Arrastou junto o sistema comunista, embaralhando o jogo de poder do mundo. Karleno viu tudo de perto. Sete anos depois voltou ao Brasil com um doutorado de outro país, a Alemanha capitalista e unificada. Sem querer, virou testemunha de uma das maiores transformações recentes. O então garoto de Brejo viu um capítulo se fechar e outro se abrir na história do mundo. E ele nem falava alemão nos primeiros dias...

Veja a entrevista:

R7 - Qual foi a sua impressão ao desembarcar em um país socialista?

Karleno Bocarro - Para um militante de esquerda à época foi decepcionante. O sistema não era o que eu imaginava, violava muito a dignidade do ser humano. Eu conheci um alemão que queria fazer Filosofia, mas o governo disse que não, que ele teria antes de servir três anos no Exército da Alemanha oriental. A impressão era a de descer num mundo totalmente diferente. Era um mundo pálido, sem cor. Leipzig era uma cidade industrial, muito poluída. A impressão era de um mundo parado no tempo, com os carros e as roupas das pessoas muito antiquados. Havia também uma atmosfera de medo e pânico. As pessoas não se expressavam porque tinham medo. Um em cada três alemães era espião da Stasi, a polícia secreta.

R7 - Como era a vida no dia a dia?

Karleno - Eu não sabia cozinhar e lá não se encontrava facilmente lugares que vendiam comida. As lojas que eram do Estado demoravam para abrir e sempre tinha fila. No supermercado também não havia variação de produtos. Era uma marca de xampu, uma marca de creme. Só.

R7 - Você chegou às vésperas do Muro cair. Dava para saber que isso iria acontecer?

Karleno - Acho que ninguém sabia, nem o governo, porque se soubessem eles não nos teriam dado bolsas de estudo, por exemplo. Mesmo as manifestações que começaram a acontecer não eram para derrubar o sistema, mas para haver abertura. Ninguém poderia pensar que tão rapidamente o Muro iria cair e um país deixar de existir.

R7 - Você já sabia das manifestações antes de ir para lá?

Karleno - Havia certamente uma insatisfação não expressada. As manifestações começaram pequenas, mas ganharam rapidamente uma grande proporção nas segundas-feiras. Começou como um grupo de oração na Igreja Protestante, mas aí eles tiveram coragem de ir para a rua e enfrentar a polícia. Nós que éramos estrangeiros fomos orientados pelos professores a não participar dos protestos. As manifestações foram se espalhando e a notícia chegava à gente por boatos, principalmente porque eu não falava alemão direito.

R7 - A TV mostrava as manifestações?

Karleno - A gente se reunia toda noite para jantar no refeitório da universidade. Quando as manifestações começaram a se tornar mais intensas nos disseram para voltar diretamente ao alojamento. Naquela noite eu fui dormir e só fiquei sabendo da queda do muro no outro dia, quando cheguei à escola e a professora estava muito agitada. Ela estava super feliz e muito ansiosa, porque ela poderia viajar, que era o grande desejo das pessoas. Neste momento ainda não havia percepção de que era o fim da Alemanha Oriental.

R7- Quais eram os anseios dos jovens da época?

Karleno - O grande sonho era viajar, poder conhecer outros povos. Havia também uma grande insatisfação com o sistema, a ausência de perspectivas e de escolhas pessoais. No fundo eles não queriam mais aquilo ali.

R7 - E os dias seguintes?

Karleno - Foi nos dias seguintes que eu soube que minha universidade seria em Berlim e eu não sei se a queda do Muro teve a ver com isso. Fui para Berlim oriental, que era semelhante a Leipzig, cinzenta. Foi interessante ver a mudança. Eu fui à cidade em julho de 1990. Eles estavam reunificando os sistemas de comunicação, de água, de transporte. Antes o metrô de Berlim Ocidental tinha estações fantasmas, já que a linha passava em partes de Berlim Oriental, só que as estações eram fechadas. Eram muitas construções. O guindaste virou uma imagem de Berlim. Os supermercados da Alemanha Oriental, que tinham uma marca para cada produto, foram inundados com produtos ocidentais. Eles pegaram as pessoas pela boca para fazer a unificação.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TVE DA BAHIA HOMENAGEIA O POETA DAMÁRIO DACRUZ




A TVE da Bahia fará uma homenagem ao poeta Damário Dacruz, na próxima sexta-feira, dia 3 de setembro, às 20 h.

A festa será no Teatro do IRDEB, na Federação e será filmada, para depois ser transformada em um especial sobre o poeta, a ser transmitido pela TVE.
O evento terá depoimentos, declamações de poesias, músicas e histórias engraçadas!
Vejam e divulguem o convite anexo.

A entrada é franca.